27 de mar. de 2009

"Sangue Velho"



Prezado Rosimar,


Tivemos a oportunidade de nos conhecermos na reunião em que o Carrião renunciou à presidência da Assogir - Associação Brasileira de Criadores de Gir, em Uberaba (MG).

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a inclusão em seu mailing e a oportunidade de receber diariamente as notícias relacionadas a essa raça bovina que tanto amamos.

Há apenas dois anos que me mudei de Belo Horizonte para Coromandel, e só então assumi o controle do gado já existente na fazenda. Sempre tivemos gado gir aqui, mas outras questões não nos permitiram manter o controle genealógico do gado, o que só agora estou tendo a oportunidade de fazer. E o tenho feito com muito gosto e prazer.

Tendo tido a oportunidade de estudar mais a raça, conhecer criadores mais antigos e fazer algumas pesquisas, em conversa com um amigo criador de guzerá, tenho uma questão que gostaria da opinião de criadores mais experientes. Para depreciar a raça, o criador de guzerá alegou que o gir está com o sangue velho, não se vê renovação nos grandes reprodutores.

De meu lado, como já vi em grandes criadores, não vejo muita razão de sair da linha dos grandes touros Everest, Radar, Sansão e outros tantos, por exemplo, senão para evitar consanguinidade. Sem dúvida são grandes animais que passam aos descendentes suas qualidades. Por outro lado, é fato que esses grandes reprodutores parecem realmente dominar a elite do gado gir.

Gostaria de conversar isso com outros criadores mas meus compromissos não tem permitido que conheça mais criadores e fazendas. Peço licença para perguntar sua opinião, já que recebo diariamente seus e-mails dando notícias sobre o Gir.

Um forte abraço,

Rodrigo Herval
Coromandel (MG)


Nota do Editor:

Rodrigo,

Não sei se existe “sangue novo”, ou “sangue velho” na seleção de bovinos. É evidente e já foi comprovado em pesquisa que a raça Gir no Brasil, principalmente o Gir leiteiro, está diante de um problema sério: a consaguinidade em quase todos os rebanhos.

Isso é um problema. Sobre isso, informo que os criadores de Goiás estão fazendo um esforço muito grande para ampliar a base genética do Gir nacional com o Programa de Melhoramento Genético da Raça Gir, que visa testar novas linhagens de Gir, ou linhagens alternativas, com o objetivo de descobrir mais linhagens leiteiras e não ficar preso às já existentes.

Informa que estamos na quarta bateria de touros e agora para a quinta bateria a novidade será a nacionalização do teste de progênie da Girgoiás. Isso só foi possível com o apoio irrestrito da Assogir, cujo presidente é o José Sab Neto, de Uberaba.

Conduto, solicito aos amigos pesquisadores e técnicos da área e leitores do blog para que postem mais informações sobre sua indagação.

Rosimar Silva
Goiânia (GO)

Um comentário:

Ivan Luz Ledic disse...

Para ser muito sucinto. Não existe "sangue novo" ou "sangue velho", existe é "SANGUE BOM". SANGUE BOM é de touros avaliados pela sua Capacidade de Transmissão ou Valor Genético (dobro da PTA). De resto é fazer acasalamentos visando evitar consanguinidade acima de 12% utilizando linhagens diversas dos touros provados (muitas novas alternativas deverão surgir futuramente).