3 de mar. de 2009

A mídia nas exposições de gado



Publicidade a qualquer custo reflete o despreparo do seguimento para promover o seu produto.


Goiânia (GO) – Estamos no terceiro mês do ano de 2009 e o calendário das exposições de gado em todo o Brasil inicia neste mês.

O criador já está preparando o seu animal deste o final do ano passado. Alguns animais, os de elite, já nascem em “berço de Ouro” e inicia a sua preparação antes mesmo de nascer.

Na preparação dos animais para exibir e competir em exposições, na grande maioria, o criador brasileiro é nota 10. Basta ver os animais da Expozebu, por exemplo, palco da nossa maior e melhor exposição de zebu do Brasil e do mundo.

Mas a divulgação desses animais tão bem criadores e alimentados? Como o criador está fazendo para promovê-lo? Na maioria precariamente. É claro que já existem aqueles criadores que já perceberam a importância da divulgação e tem todo um planejamento de marketing e divulgação da sua fazenda, do seu nome, do seu rebanho e da sua proposta de seleção.

No geral a divulgação fica em último plano. Quase sempre deixada de lado por conta do gerente da fazenda, do filho, ou de um amigo mais interessado em “publicidade”.

Há vários anos venho observando a “performance” publicitária dos criadores de Gir nas exposições e torneios leiteiros. Para facilitar o trabalho, tenho o hábito de fotografar as faixas, banners, placas e folders das fazendas expositoras.

Com um arquivo extenso, vou mostrar aos leitores de Girbrasil como anda a publicidade do criador de Gir do Brasil no interior dos pavilhões onde o gado fica amarrado em argolas para exibição ao publico.

Acho importante tocar nesse assunto, pois com o crescimento da raça, a comunicação passa a ser uma ferramenta importante na estratégia de inserção do criador no competitivo mercado de Gir no Brasil.

No Geral não tem grandes novidades. Antes do advento do Banner de lona, o criador usava faixa de pano, ou placa de metal para identificar a fazenda e o criador com endereço e telefones. Nada mais.

Sem estratégia de comunicação clara, a competição agora não é só nas pistas, mas quem faz o banner maior e mais colorido. Os pavilhões agora expõem uma verdadeira poluição visual. Pois as peças publicitárias são fixadas de qualquer forma, pois não foram feitas pensando em como instalar, chegando às vezes a atrapalhar a visão sobre os animais.

Com a visão de que tamanho é o mais importante, é comum encontrar peças maiores que o espaço disponível obrigando o criador a amarrá-la de qualquer jeito e, quese sempre, quem faz esse serviço são os próprios tratadores que não tem a menor noção de publicidade, comprometendo o resultado da mídia.

É comum ver faixas e banners dependurados tortos, atrás de pilastras, altos ou baixos demais, contra o sol e, ainda por cima, servindo de varal de roupas de tratores e outros trabalhadores do local.

São poucas as publicidades com uma proposta mais ousada, como, por exemplo, vender um conceito de seleção. Assim como o criador levou muitos anos para aprender a selecionar o gado, também levará um tempo para perceber que no mundo globalizado, competitivo e virtual, a comunicação é importante para o bom desempenho do negócio.

Contudo, necessariamente o criador, que já tem preocupações demais com a fazenda e com o gado, não precisa ser um entendido de publicidade para ele mesmo desenvolver o seu material publicitária, a sua estratégia de marketing. Existem profissionais para isso.

Acho até que as associações de criadores, que estão sempre oferecendo cursos de transferência de conhecimentos na área técnica de manejo e zootecnia, poderia pensar em capacitar os criadores para a comunicação do seu negócio. Prestar uma assessoria aos criadores na área de comunicação, facilitar o acesso do criador à propagando e publicidade, estimulando estratégias de marketing e facilitando, inclusive, os custos para grupos de pessoas que desejam obter um desempenho melhor nas suas divulgações. (Rosimar Silva)


Estância Ariramba - Itaberaí (GO)

No dia 5 de setembro de 2006, na exposição de Uberlândia, fotografei esse painel do criador Goiano José Maria Vieira Franco, criador de Gir no municipio de Itaberaí (GO).

Talvez por ser professor, "Zé Maria" conseguiu fazer uma peça publicitária de qualidade. Preocupou-se com a sua logomarca, cuja imagem é de um pássaro que existe em sua fazenda, aliás o mesmo nome do pássaro: Ariramba.

A peça é composta basicamente por uma foto, de sua autoria. A foto remete a um pasto verde com um belo fundo verde, possivelmente uma mata, transmitindo uma preocupação com a sustentabilidade do meio ambiente. O gado está tranquilo, calmo, harmonioso, mostrando a docilidade da raça em seu ambiente natural: o pasto.

O conceito de seleção a pasto ficou bem claro nessa peça.


Mídia engraçada

Existem várias formas de mostrar a docilidade da raça Gir. Anna Maria Borges, da Fazenda Santa Tereza, em Itapira (MG), durante a exposição de Uberlândia, em 2007, achou melhor mostrar a docilidade do seu rebanho por meio de um banner (foto) em que mostra uma criança brincando de deitar sobre um animal e sendo observado por outro animal dentro de um curral.

É comum os filhos dos funcionários das fazendas se acostumarem com um ou outro animal e fazer dele uma peça de brincadeira, com montarias e outras estripulias. Não deixa de ser uma estratégia interessante e não podemos condenar, haja vista que essa mesma estratégia foi usada pelo Carlão, o papa da publicidade do agronegócio no folder promocional do seu leilão de tourinhos, dia 28 de fevereiro. Carlão da Publique colocou três fotos em que três pessoas diferentes aparecem montadas em um tourinho que seria vendido no leilão.

O lado pitoresco do banner colaborou para fixar o nome da criadora e da fazenda. O risco é ela ser lembrada sempre pela criadora “do menino montado no boi manso” e não pelo rebanho de animais leiteiros e dóceis que produz.



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