17 de dez. de 2008

Kubera Gallery: média de R$ 62 mil



São Paulo (SP)
– O tão esperado leilão Kubera Gallery, na cidade de São Paulo, não foi tão glamouroso e nem atingiu médias estratosféricas. Nada comparado ao rico leilão dos “piccianis” no hotel Copacabana Palace, que rendeu R$ 3.773.233,33, com média geral de 156.134,23.


O Kubera Gallery atingiu, segundo Paulo Horto, da Programa Leilões, média de R$ 62 mil. Menos da metade do Gir das Américas. Por outro lado, o leilão do Rio de Janeiro foi melhor gestado, teve mais divulgação e foi o leilão que quebrou a barreira dos megas leilões.

No Rio também tinha muitos criadores de Gir. No Gallery quase não se viu criador tradicional de Gir. Foi mais direcionado para os novos investidores. Estava na casa noturna paulista o presidente da Abcgil, Sílvio Queiroz (foto), que concedeu uma longa entrevista ao canal Rural antes do leilão. Antônio Paulo Abate também estava no recinto.




Gir social
Ângelus Cruz Figueira (foto), dono de Terras de Kubera, deputado do partido Verde do Amazonas e promotor do Kubera Gallery, também concedeu entrevista antes do leilão no Canal Rural e falou do papel social do Gir como raça leiteira, na mesma linha da entrevista de Athos Magno aqui em Girbrasil.

Ângelus disse também que foi à Índia e já visitou praticamente todos os planteis de Gir do Brasil e por isso “posso afirmar que o Gir brasileiro é o melhor do mundo”.

Por sua vez, Luiz Ronaldo de Paula (foto), assessor técnico do leilão, também em entrevista, afirmou que “Ângelus promoveu uma revolução no Gir leiteiro” ao investir na aquisição de prenhezes das melhores matrizes do Gir leiteiro, “quando ninguém falava em vender prenhezes”.

Segundo Luiz, “com material genético de altíssima qualidade, terras de Kubera fez um plantel de doadoras de primeira linha e disponibilizou ao mercado por meio de leilões”.

O leiloeiro foi o competente João Gabriel, por sinal um dos melhores leiloeiros do Brasil. Sabe fazer o leilão dar preço e sabe conduzir o leilão em um ritmo que facilita as vendas e não penaliza quem está assistindo.

Na mesa operadora, como sempre, Mário Pereira, o “homem do grito”. O único profissional de televisão que grita o tempo todo e ainda é aplaudido. Eu ainda não me acostumei com os berros do Mário Pereira.

Conduzindo os trabalhos no recinto estava Paulo Horto (foto), dono da Programa Leilões, que a todo momento pedia “aplaude Gir”. Mas o recinto não estava com o mesmo entusiasmo de Paulo Horto, que ao final, em clima de fim de ano, convidou todo mundo para ficar ao seu lado para os agradecimentos e despedidas. Houve uma pitadinha de emoção.

Paulo Horto também fez o discurso da produção contra a crise, dizendo que na “nossa” atividade não existe crise, “ela (a crise) está apenas no setor especulativo, não aqui no setor produtivo”.

Pinque-ponque
  • Antônio Paulo Abate abriu os trabalhos do leilão comprando o primeiro lote, uma prenhez da Canastra, que depois virou uma lavagem completa, por R$ 75 mil.
  • Luciano Conceição, de Brasília, comprou uma filha de Teatro da Silvânia por R$ 20 mil.
  • Luiz Evandro Aguiar, de Uberaba, comprou uma filha de Sansão X Figa (ovação) por R$ 32 mil.
  • Demetrius Mesquita, de Brasília, peitou o trio Felipe Picciani, Tico Cardoso e Murilo Benício na disputa pelo lote 27, uma bezerra filha da Canastra (11.104 kg) e pagou a “irrisória” quantia de R$ 122 mil pelo animal.
  • No lote seguinte, Picciane (não se sabe se foi o pai ou o filho), meteu a mão no bolso e pagou R$ 300 mil pela vaca Unidade TE da Silvânia (11.232 kg), filha de Sansão na Juju. Unidade foi adquirida por Ângelus Crus Figueira no dia 4 de maio de 2008, no 7º Leilão Terras de Kubera, na Leilopec, em Uberaba, por R$ 266 mil. Veja como atua o investidor: em menos de seis meses Ângelus faturou R$ 43 mil, além, é claro, de ter aspirado a vaca e feito vários produtos dela na fazenda.
  • Getúlio Vilela Figueiredo, Gir 5 Estrelas, de Cuiabá (MT), pagou a “bagatela” de R$ 260 mil pela vaca Pindhara TE Kubera, uma filha de Nefrita (9.041 Kg de leite) com Everest.
  • Antônio Alves Batista, da Fazenda Albalat, Atibaia (SP), comprou uma neta de Sanção com Meteoro por R$ 48 mil.
  • Hilha FIV Kubera, filha de Daltan TE Pati da Cal com Esmeralda Kubera (4.207 Kg de leite/1ª lactação com apenas três tetos funcionais), foi arrematada pelo condomínio Nova Trindade e Monte Verde (leia-se Paulo Trindade e Jorge Picciani, neloristas) por R$ 264 mil.
  • Henrique Figueira, da Fazenda Figueira, Uberaba (MG), comprou Histeria FIV Kubera (Astro X Fila), por R$ 54 mil.
  • Antônio Paulo Abate também comprou um neta de Nefrita, filha de Ameixa (8.359 Kg de leite) com Barbante, por R$ 102 mil.
  • Os “Piccianis” compraram, também, o lote 5, uma filha de Arara com Impressor, por R$ 46 mil.
  • Amílcar Farid Yamin, das duchas Corona e agora do Gir Corona, comprou três lotes: 20, 21 e 23. Todos animais filhas do Facho TE de Kubera, que é filho de Barbante. Pagou R$ 44 mil pelos três lotes.
  • José Antônio Silva Lino, Fazenda Acalanto, Cachoeiras de Macacu (RJ), comprou o lote 16, uma filha da Azaléia com Meteoro por R$ 14 mil.
  • Adonias de Souza Santos, Gir Veredas, Juquitiba (SP), o mesmo que comprou 50% da vanca Indhyra Kaue, grande campeã da Feileite, por R$ 119 mil e Amêndoa TE Silvânia, de Eduardo Falcão, por R$ 168 mil, no Gir das Américas, no Rio de Janeiro, comprou os lotes 18, uma filha da Arara com o Fator Kubera por R$ 22 mil e o lote 29, uma filha da Vilela Bom Pastor com Modelo de Brasília por R$ 26 mil.

Um comentário:

SEJ Johnsson disse...

Leilão com bons animais, e preços "daqueles"...bons negócios? Sem dúvida. Quem pagou o que pagou vai "espremer" ovários até o bagaço.
Realmente o "pesoal" da Programa Leilões é extremamente "profissional" (e o Mário uma figura folclórica - eu também não aguento muito tempo a berraria, assim como "outras besteiras" apregoadas nos lotes, mas, vá lá, é tudo festa!).
Entretanto fica claro que eles sabem mesmo é vender nelore. Falta ainda um bocado de estrada para vender Gir bem, leite e genética leiteira é diferente...
Voltando a "vaca fria", bom negócio mesmo foi o que a turma de Bela Vista Goiás fez...associaram-se, reuniram as melhores matrizes de cada um, e com UMA dose de Radar coletaram mais de 100 possibilidades de prenhezes...se vingar 45% já é algo fenomenal.
E aposto que custou muito, mas muito menos que a bezerra Iluminada FIV adquirida por 20 parcelas de R$ 6.000,00 - ou a bagatela de R$ 120.000,00 (filha de Panama se não me engano...Panamá quem mesmo?).
Corajoso o criador que bancou essa aposta.
Eu, confesso que jamais bancaria, podendo garimpar meia dúzia de boas matrizes (ate LA mesmo) e junto om outros criadors promover um mutirão de FIV usando semen Radar, Êmulo, Uaçai, e outros touros menos famosos mais igualmentes "fora de série".
Parabens aos criadores de Bela Vista e Goianos que, com criatividade, solidariedade e generosidade deram um exemplo (que pode ser seguido, e está ao alcance do pequeno e do médio criador colocando-o no mesmo patmar dos grandes criadores e/ou capitalistas investidores). O melhor mesmo fica por conta dos ganhos da raça, já que iniciativas como essa otimizam competência e eficiência dos técnicos e principalmente, maximizam e compartilham a melhor genética Gir democraticamente.

SEJ
RJ