14 de jan. de 2009

Onde está o erro?



É lamentável o naufrágio da atual gestão da Assogir. Basta dar uma olhada na composição da diretoria executiva e ver que os nomes representam muito bem o que há de melhor entre os criadores do Brasil. São criadores e criadoras de destacados rebanhos.

Ao passar os olhos nesta lista de diretores, não se imagina que o grupo não tenha conseguido fazer um trabalho digno do currículo de cada um. O que ocorreu para isso acontecer? Quais foram os problemas que impediram que cada um desses nomes pudesse oferecer um pouco de si para o bem da raça e o bem da entidade?

Leda Góes já antecipou e disse que não exerceu seu papel de tesoureira por que o presidente centralizou tudo em suas mãos não permitindo sua atuação no cargo para o qual foi eleita.

Será que o problema foi o modelo de gestão imposto pelo presidente Luiz Humberto Carrião?

Veja quem são os membros da atual diretoria executiva da Assogir:

O presidente é Luiz Humberto Carrião, ex-diretor da Abcz, ex-professor de história em Goiânia, militante político e um formulador de políticas para a raça.







1º vice-presidente: Paulo Horta Barboza da Silva, dona da fazenda hermínia em Brasília. Foi peça fundamental na formação do núcleo dos criadores de Gir leiteiro da capital federal. Atuante e respeitado por onde anda é médico respeitado em Brasília e entre os criadores do Brasil. Tem posições importantes sobre melhoramento genético. Sempre lutou pela implantação de mecanismos de pesquisa no Brasil, como o CTZL.




2º vice-presidente: Aline Vieira Rodrigues, jovem advogado em Goiânia, filha do atual governador de Goiás, Alcides Rodriques, responsável pelo plantel de Gir da família, atuante no Estado, está formando um grupo forte em Goiás para a realização de um grande leilão da raça.





3º vice-presidente: Waldyr Barbosa de Oliveira Júnior, criador conceituado do Estado de São Paulo, correto nos princípios de seleção de uma raça leiteira, mas com qualidade racial.






Diretor Administrativo: Dílson Cordeiro de Menezes, titular da fazenda Vila Rica, em Brasília, é um dos principais criadores de Gir e girolando do Brasil, com vários prêmios em pista na Expozebu e Megaleite, respeitado pela seleção leiteira que está fazendo em sua fazenda.






Diretora Financeiro: Leda Ferreira Góes, responsável pela seleção da antiga fazenda Favela, de Aderbal Góes, um dos criadores importantes no cenário nacional, com longa tradição na raça. Leda já foi presidente da Assogir e recebeu da ABCZ o prêmio Mérito pecuário Nacional, dado somente aos pecuaristas com relevantes serviços à pecuária do Brasil.




Diretora de Melhoramento Genético: Isabela Cançado Cardoso, Jovem criadora, filha de Beatriz Cançado.



Diretor de Pecuária Leiteira: José Mário Miranda Abdo, destacado criador de Brasília, um dos principais criadores de Gir mocho do Brasil. Também com grandes premiações na exposições nacionais com foco no Gir leiteiro.







Diretor de Pecuária Dupla Aptidão: Orlando Giordani de Morais, empresário de Sete Lagoas (MG), dono da fazenda Vitória, com um rebanho tradicional e muito bem relacionado em todo o país. Orlando Giordani promoveu no final do ano de 2008 um leilão com sua marca e foi sucesso absoluto de venda.





Diretora de Eventos: Beatriz Conceição Cançado Cardoso, respeitada selecionadora no município de Moema (MG), na fazenda 3 meninas, atuante ao lado de Leda Góes, Beatriz tem voz ativa entre os giristas.







Com essa composição, não era de se esperar o desfecho lastimável da atual diretoria da Assogir. Foi uma pena tantas qualidades e potencialidades desperdiçadas de uma única vez. Que a atual gestão da Assogir sirva de exemplo para outras futuras diretorias, pois agrupar bons nomes somente não basta para se ter um resultados satisfatórios.

É preciso ter liderança, planejamento, estratégia, trabalho em equipe e muito desprendimento dos membros para que a entidade tenha proveito dos esforços que cada um pode fazer para o bem coletivo.


4 comentários:

Anônimo disse...

Rosimar,
Parabéns. Essa foi a melhor matéria sobre a crise na Assogir. Você tocou na ferida da Assogir. Você realmente é um cara antenado. Sabe perceber as coisas e tem maduridade para falar a coisa certa sem ofender ninguém.
O que realmente aconteceu na Assogir?
Será que esses criadores respeitados não quiseram fazer nada e deixaram tudo por conta do senhor Luiz Carrião?
Será que tudo é culpa de Carrião?
Será que agora a dona Leda sairá por cima como o heroína que salvou a Assogir do fogo do Inferno?
Acho que esses diretores foram omissos. Eles deveriam vir a público e dizer o que está acontecendo.
A dona Leda teve coragem de assumir que não deu conta de fazer nada por que o Carrião não deixou. E os outros?

Parabéns. Espero que isso sirva de exemplo para os futuros administradores da Assogir.

Antônios Melquias
São Paulo

SEJ Johnsson disse...

O problema me parece obvio (embora eu não seja associado e tenha poucas informações do que se passa na Assogir).
Mas uma associação é almentada pela força e atuação dos seus sócios. Que em contrapartida são atuantes e presentes quando sentem-se prestigiados e usufruem dos serviços e vantagens que essa entidade lhes oferece.
Parece-me que a Assogir "ficou sem associados"...portanto, tirem as conclusões.
Desta forma, seja qual (ou quem)for a nova gestão deve-se rever o foco a partir dos anseios dos criadores, sejam eles pequenos, médios ou gandes. Famosos ou anônimos. Recentes ou tradicionais.
E mais importante, entender que a raça Gir serve a pecuária e a milhares de produtores rurais que não são associados, não criam Gir como raça pura, mas sim utilizam amplamente a genética.

SEJ - Sten Johnsson
Rio de Janeiro

Orlei Genética disse...

Discordo plenamente Sej, foram os associados que ficaram sem ASSOGIR e nao a ASSOGIR sem associados.

Orlei de Freitas - Goiania - Goias

Anônimo disse...

Prezado Orlei e leitores do blog Girbrasil,

Talvez eu não tenha me expressado bem.
Eu quis dizer que:
Como a(s) admnistração(oes) da entidade não proporcionaram "retorno" ao(s) associado(s); ocorre:
-inadimplência de anuidade;
-desinteresse em participar;
-cessam novos sócios (criadores);
-não há renovação de ideias e estratégias de atuação...
Concordo com você, se eu fosse associado teria ate saído e estaria na ABCGIL que é atuante, tem um site bom, planejamento, sinergia com outras entidades etc.
Ou seja, em um primeiro momento o associado "ficou sem" a Assogir, para em seguida a Assogir "ficar sem" associados...
Resumo da novela: a situação atual.

SEJ - Sten Johnsson
Rio de Janeiro