21 de jan. de 2009

Na prática a tecnologia é outra


Prezado Rosimar,


Quando utilizamos as técnicas de IA, TE, FIV e CLONES, fazemos uso da mais alta tecnologia em reprodução bovina, porém, uma coisa é certa: “Quem define as doadoras e os reprodutores a serem utilizados são os criadores, ou seja, o olho do Dono”.

Se for consenso entre geneticistas e biólogos que há uma grande dificuldade em definir o que é uma “Raça Pura”, é importante reconhecermos o conhecimento dos pioneiros que introduziram a Raça no Brasil.

Em reportagem recente na Revista ABCZ de novembro/dezembro de 2008, o Dr. Luiz Antonio Josahkian escreveu excelente matéria sobre “Tecnologias e olho: juntos é melhor”, onde enfatiza entre vários temas, que não temos conhecimento suficiente para entender todos os mecanismos biológicos complexos pelos quais os animais passam para nascer, crescer e se multiplicar.

Por fim ele conclui: Não existe ainda tecnologia capaz de substituir a percepção humana e a capacidade do raciocínio abstrato.

Eu diria que não se trata apenas de um simples pensamento técnico, mas sim, de um ser humano que se rende aos desígnios da natureza e do seu criador, com muita humildade e sabedoria.

Escrevo o presente texto, por discordar do nosso mestre Dr. Ivan Luz Ledic, quando descreve sobre a Raça Pura do Gir.

Primeiro, por classificar os criadores que souberam preservar a Raça, diga-se de passagem quase extinta, de “Puristas”, dando ênfase somente a animais de beleza estética refinada, em detrimento de características produtivas.

Talvez, por trabalhar tantos anos na área de produção e melhoramento das matrizes leiteiras, esqueceu-se de que alguém selecionava animais com caracterização racial, docilidade, rusticidade, aptidão leiteira e porte.

Classificar o criador como puristas, apenas pelo fato de valorizar os chifres e seu formato, que só servem para confeccionar artefatos ou medicamentos após o abate dos animais é ignorar a múltipla aptidão da Raça, e a sua longevidade.

Quanto à parte de sanidade dos animais bem como as dificuldades de manejo, o verdadeiro Girista sabe como lidar.

Por fim, repudio como criador de Gir, qualquer insinuação no que diz respeito a criticar e denegrir, sem qualquer respaldo da ciência, o trabalho revolucionário que “os verdadeiros pecuaristas” estão executando com animais da mesma raça.

Não queremos mostrar para que viemos, pois estamos na raça desde as primeiras importações, sem aderir a modismos, e sim, ao Regulamento da ABCZ, que é a fiel depositária da Genética do Zebu no Brasil.



Euclides Osvaldo Marques
- TIDE
Estância do Gir
São José do Rio Preto (SP)

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