21 de dez. de 2007

Mais sobre controle leiteiro oficial - II

Olá caros amigos giristas,


Sou criador de gir leiteiro em Pompéu (MG) e médico veterinário formado pela UFMG e pós-graduando em Bovinocultura de Leite pela Puc Minas.

Deixo primeiramente aqui meus cumprimentos ao José Olavo pela iniciativa da auditar o Controle Leiteiro Oficial da ABCZ, conforme noticiou o blog Girbrasil.
Reflexões que julgo importantes: O que valorizamos em nossa raça? Resposta óbvia: a rusticidade, a adaptação ao clima tropical e às nossas pastagens (a capacidade de converter fibra de baixa qualidade em leite,ou seja, produção econômica a pasto).O modo como o controle leiteiro é conduzido por criadores a fim do "marketing" de seus animais e a própria exigência de lactações superiores a 5.000 kg em 305 dias para o ingresso de touros no teste de progênie condizem com o propósito da raça gir? Tenho lá minhas dúvidas.
A obrigatoriedade para perseguir essas metas, a meu ver, estimula o uso de "estratégias" artificiais (uso de hormônios que desencadeiam aumento na produção de leite e prolongam a lactação, aumento do período de serviço e do intervalo entre partos com intuito de que a lactação não decline, a superalimentação do animal, podendo inclusive predispor a desordens metabólicas, etc.). Além disso, podemos no futuro pagar caro por negligenciar certas características fundamentais (reprodução, pernas e aprumos, úbere, etc.) em prol de uma maior produção de leite dos nossos animais, ou seja, o gir pode se “holandesar”.
Vejo, assim, a necessidade de uma reavaliação de critérios, de forma justa e de acordo com a fisiologia e bem-estar do animal para que o controle leiteiro bem como a nossa própria raça não tenham a credibilidade contestada.

Luís Gustavo Rabelo Xavier – por e-mail
Pompéu (MG)

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