30 de mar. de 2008

Criador compara sumários de Touros Gir Leiteiro

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Caro Rosimar,

Primeiro: parabéns pelo trabalho sério que está fazendo na divulgação da Raça Gir.
Segundo: fiz esta planilha para comparar os dois sumários, e vi uma discrepância imensa no PTA, que deixa dúvidas ao avaliar um touro para compra de sêmen. Sempre tive como base a EMBRAPA/ABCGIL, que todos os catálogos de empresas utilizam.

Métodos diferentes de avaliação, que precisam esclarecer e não confundir, afinal partimos do princípio que as quatro entidades em questão são idôneas. Diante de tal impasse o que fazer?

Forte abraço,

Pedro Silveira
GURUPI - TO
"GIR TEM SIM"

pesilcam@gmail.com


Nota do Editor:
Se você deseja receber está planilha no excel, envia um e-mail para Girbrasil (midiagir@gmail.com) solicitando e receberá inteiramente grátis.


2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Pedro, boa noite.

Quem tecla daqui é Luciano Leão, das Fazenda Reunidas Xanadú, em Iguatama, MG.

Queria inicialmente cumprimentá-lo e ao Rosimar.

Esse assunto que você está levantando é um "tabu" recorrente. Afinal, os interesses econômicos envolvidos são grandes demais e, por vezes, na condição de criador, fiz perguntas semelhantes e as respostas recebidas pareceram mais querer confundir do que de esclarecer.

Continuo assim como você ...

Mas vou direto ao ponto sobre o que já escutei, e gostaria de saber a opinião / posição / notícia de outros criadores: ao que eu saiba, o sumário da ABCZ só considera as PTA´s de touros gir geradas sobre vacas gir.

Já o da ABCGIL, ao que eu saiba, sobre a égide do falecido Martinez, considerava as PTA´s de touros gir geradas em vacas de rebanhos "colaboradores" de diversos graus de sangue, cuja distribuição de sêmen é alegada como "aleatória" ... portanto, ao analisar detidamente o seu comparativo, fica uma "sensação" no ar de que o grau de sangue das mães (por vezes mais holandesadas) "pode ter elevado" às alturas touros nem tão bons e, por vezes, rebanhos colaboradores menos "holandeses" sepultaram provas de touros excelentes.

Não posso falar sobre os resultados dos outros, mas posso falar com transparência sobre os resultados que obtivemos lá em casa, nos nossos retiros. Lá vai:

O Abagum Maxixe, com PTA de 192,18 pela ABCZ e ausente do sumário da ABCGIL, foi nosso e morreu em nossa fazenda. Deixou uma prole excelente, vacas mouras (brancas da cabeça preta) muito angulosas, de bons úberes e realmente muito leiteiras. Sem trato especial, várias passaram de 6.000 kg e chegaram a 365 dias de leite em controle oficial pela ABCZ.

Em nossas fazendas, nós, particularmente, até o momento só usamos os resultados da ABCZ, e não da ABCGIL. Em diversos casos, na nossas fazendas, touros que foram execrados pelo resultado do sumário da ABCGIL na verdade mostraram-se efetivamente leiteiros nos sumários da ABCZ e, no nosso curral de gir, realmente tirando hoje 1.200 litros de leite dia a pasto, o sumário da ABCZ demonstrou-se mais confiável.

Insisto, só estou falando dos nossos resultados, não posso falar do resultado dos outros. Gostaria de ter mais detalhes sobre os resultados dos outros também!

A título de outro exemplo, temos usado intensamente o sêmen do touro Marcante Pati Cal, com PTA baixíssimo na ABCGIL mas 5º colocado geral no sumário de ABCZ. Conheci pessoalmente o pai do touro (Pati), tive diversas fêmeas filhas do Pati (ainda tenho algumas vovós doadoras lá em casa) e irmãs do Marcante que são simplesmente excelentes de produção. Também conheci o Marcante pessoalmente, conheço a peaõzada do Dr. Gabriel - nossas propriedades são vizinhas - e, na conversa de pé de ouvido, a produção das filhas do Marcante na Calciolândia são elogiadas pelos retireiros.

Enfim, até o momento, na minha opinião, sou francamente descrente com alguns resultados passados divulgados pela ABCGIL e, à medida que o tempo foi passando, achei cada vez mais difícil acreditar que o "modelo animal" da ABCGIL - modelo estatístico usado que busca eliminar, entre outras variáveis, o grau de sangue da fêmea utilizada para testar o sêmen - conseguiu efetivamente isolar o efeito de rebanhos colaboradores com vacas com grau de sangue maior ou menor de holandês.

Espero e acredito que a entrada do Aníbal Vercesi na ABCGIL vai tornar os critérios mais transparentes do que eram antigamente.

Abraços do amigo mineiro,

Luciano Leão
luciano.leao@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Concordo inteiramente com as colocações de Luciano.
Por conta das razões enumeradas por ele já analisava com um "pé atrás" o ranking da EMBRAPA/ ABCGIL.
E por conta disso encaminhei ao Rosimar um "texto" para discussão que esta postado nos artigos - Classificação animal e seleção do Gir. Onde destaco entre alguns motivos:

- falta de homogeniedade dos rebanhos colaboradores no que se refere ao arroçamento, manejo e padronagem de matrizes;

- falta de distinção entre resultados obtidos nos rebanhos colaboradores Gir puros e os obtidos nos rebanhos cruzados (Girolando etc.);

Reconheço a importância dos programas de testes realizados até o momento, mas é preciso aperfeiçoá-los.
Caso contrário, correm o risco de descrédito ou de prejudicarem a seleção do Gir no futuro.

Sten Johnsson
Rio de Janeiro