8 de fev. de 2008

Touros Gir Padrão provados
para leite
pelo perfil Igenity








O touro
Krishna Marduk Gil (Krisneto Velho X Guampa Gil), participa da 1ª bateria de touros do teste de progênie Embrapa/Girgoiás, do plantel de Gilmar Cordeiro, Goiânia (GO), tem perfil Igenity 6 para leite, 3 para gordura e 4 para proteína.



Criador goiano utiliza tecnologia molecular para identificar touros leiteiros dentro do seu rebanho, a nova ferramenta que promete revolucionar a seleção de gir .
Goiânia (GO) – No dia 3 de fevereiro, Girbrasil publicou uma matéria sobre os marcadores moleculares da raça Gir e sobre o perfil Igenity, da Merial, que identifica por meio de DNA quais os marcadores moleculares para leite presentes em animais da raça Gir. Apesar de pouco usado, será a grande ferramenta de seleção de todas as raças de agora em diante.

No Gir padrão, o primeiro criador a fazer uso dessa tecnologia foi o criador Gilmar Cordeiro (foto), médico veterinário, de Goiânia. Ele tem longa tradição no meio girista, é filho do tradicional criador mineiro, Jorge Cordeiro, de Dores do Indaiá (MG). Atualmente faz parte do condomínio Jorge Cordeiro, que mantém o plantel de Jorge Cordeiro na Estância São Jorge em Minas. Apesar de participar de importante condomínio com os irmãos em Minas Gerais, o foco da seleção de Gir de Gilmar é o Estado de Goiás.

História
Para Gilmar Cordeiro, a dada de 1º de fevereiro de 2008 entrará para a história da sua seleção de gado Gir. É que nesta data ele recebeu os resultados dos marcadores moleculares pelo perfil Igenity de dez animais de sua propriedade. Por isso, considera que "uma nova página começa a ser escrita para a raça Gir com a descoberta de alguns marcadores moleculares da raça para a produção de leite”.
De posse dos resultados do perfil genético Igenity, Gilmar anuncia que o resultado qualifica seus touros, antes tidos como “padrão”, como leiteiros.
Gilmar Cordeiro submeteu dez animais à genotipagem por meio do perfil Ignetity, dos quais cinco são touros. Desses touros, quatro obteve escore 6 e um escore 5.
Para entender melhor os indicadores do Igenity, eles foram estabelecidos após pesquisa de genotipagem de inúmeros animais participantes do teste de progênie Embrapa/ABCGIL que depois foram comparados com o banco de dados da própria Embrapa, onde ficou demonstrada a correlação de produção no controle leiteiro com o devido escore no perfil Igenity.
Segundo Henry Berger, gerente do Projeto Igenity, “os testes de validação mostraram que a média do mérito genético para produção de leite da vacada Gir avaliada foi de aproximadamente 2.750 kg/lactação; ao mesmo tempo, a média genotípica encontrada na raça Gir foi escore 6”.
Explica também que “Em nossa classificação não há escore 0, já começamos com escore 1. Os animais com escore 1 apresentam estimativa de produção 0, ou seja, não possuem potencial genético para incrementar a produção leiteira. Já os animais com escore 2, apresentam potencial genético para produzir 158 kg a mais de leite/lactação que um animal de escore 1, e assim sucessivamente de acordo com os escores, ou seja, um animal de escore 10 tem potencial genético para produzir 1264 kg de leite/lactação a mais que um animal de escore 1. Mas devemos trabalhar sempre com as médias”.
Gilmar explica que os escores do Igenity têm quase o mesmo significado que os PTA`s, “mas em linhas gerais é exatamente isso que o escore nos diz: que um animal com escore 6, por exemplo, é capaz de, geneticamente, produzir 693 kg de leite a mais em uma lactação”. É a mesma correlação que fazemos com um PTA de 500 kg é igual a mais 500 de leite kg na lactação.
Provado para Leite
Segundo Gilmar Cordeiro, “essa média nacional foi encontrada com base no banco de dados do Gir Leiteiro, de acordo com as informações da Embrapa Gado de Leite, por isso, um animal com escore 6, que corresponde a mais 693 kg de leite na lactação, como foi o caso dos touros da minha fazenda, está no mesmo nível do Gir leiteiro nacional e portanto esses animais estão provados para leite”.
Os touros do plantel de Gilmar Cordeiro, cujos perfis Igenity tiveram escores 6 são:
- Krishna Marduk Gil (Krisneto Velho X Guampa-Gil, 3111 kg/ABCZ), participa da 1ª bateria de touros do teste de progênie Embrapa/Girgoiás.
- Krishna Karvadi-Gil (Dakan Kassudi-GIL x Promessa Virbay DC, 3732 kg), participa da 2ª bateria de touros do teste de progênie Embrapa/Girgoiás;
- Boiadeiro 304 GIL (Pushpa Moti x Coréia-GIL -8018 kg of. ABCZ);
- Boiadeiro 308 Gil (Dakan Boiadeiro II X K.Karpa-GIL, 5310 kg/Abcz);
- Krishna JK Gil (Krishna Karvadi Gil X Florada da Âncora, 3677 kg/ABCZ), que integra a 3ª bateria de touros do teste de progênie Embrapa/Girgoiás, obteve o perfil Igenity 5.

Gilmar Cordeiro deixa claro que sua seleção de Gir visa basicamente a produção de leite, mas não abre mão da qualidade racial e dos padrões da raça Gir. “Considero extremamente importante a seleção para leite, mas não devemos jamais perder de vista as conquistas raciais do Gir brasileiro”.

O criador goiano é um entusiasta do teste de progênie Embrapa/Girgoiás. “Nas três baterias de touros do teste de Goiás eu participo com touros da minha fazenda e vou continuar participando, porque acredito que nossos animais são leiteiros e tem raça, a prova disso é o perfil Igenity dos meus animais", destaca.

Gilmar diz que sua meta é selecionar animais de qualidade racial, com porte e, acima de tudo, leiteiros. Informa que além dos touros, várias matrizes do seu plantel também foram submetidas aos testes de DNA para avaliação dos marcadores moleculares com resultados importantes para a seleção leiteira do seu gado.

A fazenda Iporê, em Goiânia, participou recentemente cedendo 53 fêmeas gir para a Embrapa Gado de Leite coletar material genético para compor o banco de dados e realizar novos estudos de marcadores moleculares da raça Gir.
Boiadeiro 308 (Dakan Boiadeiro II X Coréia Gil, 8.000 kg de leite/Abcz), perfil Igenity 6.
Krishna JK Gil (Krishna Karvadi Gil X Florada da Âncora),
que integra a 3ª bateria de touros do teste de progênie
Embrapa/Girgoiás, obteve o perfil Igenity 5

Vá em Revista Eletrônica e veja as fotos das mães dos touros desta matéria, no link Marcadores Moleculares.

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4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns aos criadores de Gir do Estado de Goiás. Acho que a salvação do gir está aí em Goiás. Com o teste de progenie, os marcadores moleculares e a qualidade do gir produzido aí. Gir bom, bonito e com certeza leite. Gir tem que ter leite e tem que ser de raça...Não dá para fazer gir leiteiro que não é gir, parece mais gado cruzado.
Por isso, a esperança do gir do Brasil está em Goiás. Gosto de ver o blog girbrasil para encher os olhos de gado bonito.
Um abraço e parabens a todos os criadores que acreditam que leite e pureza racial andam juntas.

Cleber Noleto
Fortaleza - Ceará

Anônimo disse...

Olá Cleber,
Concordo em parte com você sobre o gado de Goiás. Mas existe gado bom e bonito em outros estados do brasil. Reconheço que os criadores de lá estão mais organizados e vão sair na frente quanto o teste deles divulgar os primeiros resultados. Vejo que esse exame com os marcadores moleculares, se for realmente preciso, já está antecipando a prova do teste de progênie de Goiás. Melhor pro gir e melhor para os criadores.

Afrânio Gontijo
Vitoria - ES

Anônimo disse...

Sem dúvida alguma a feramenta por excelência na seleção zootécnica é a informação.
Quanto mais informação for disponibilizada, seja em quantidade como em qualidade, maior será o ganho seletivo de uma raça bovina.
Um exemplo digno de nota é o conteúdo do site da Associação Americana de Holandês. São mais de 19 milhões de animais registrados, com uma sistemática e suporte de avaliação fantástico. Independentemente da filosofia ou dos critérios adotados para a raça, o volume e a qualidade de informação permite ao criador nortear e planejar o seu programa seletivo com facilidade e um alto grau de precisão.
Uma consulta em sites de associações nórdicas, ou de países como a Alemanha, Holanda, Bélgica e França constatamos que praticamente a totalidade dos rebanhos é registrada, e mais importante, controladas oficialmente - produção, tipo e até manejo (na Suécia o requinte chega a monitar o acompanhamento veterinário de cada indivíduo).
Além disso, observamos programas intensos de avaliação de touros e mães de touros, verdadeiras "peneiras", onde são selecionados a essência da excelência genética.
Dessa forma, é com grande satisfação, que vejo novas iniciativas adotadas por criadores de Gir, ampliando o leque de informações disponíveis para a seleção da raça.
A identificação de marcadores genéticos é um passo importante, e associado aos testes de progênie e outros métodos de avaliação, sem dúvida darão novo impulso a seleção atual.
Considerando um custo de R$ 80,00 por animal, algo bastante razoável, podemos imaginar que esse valor poderia ser reduzido havendo um maciço programa de mapeamento. A Associação Goiana poderia fomentar esse programa estabelecendo convênios com os laboratórios.
Imaginemos um conjunto de 20 mil animais mapeados, não apenas os expoentes ou escolhidos pelos criadores, mas todos. Tomemos por exemplo o rebanho de Virgínia Pastor, um rebanho "formado" sob circunstâncias singulares, ou o reanho EVA, ou ainda rebanhos de criadores da "ala" Gir Padrão ou Gir Leiteiro, ou mesmo comparações regionais, região nordeste, mineira, goiana, paulista e outros estados.
Poderiamos ainda, somar a esse programa, uma classificação dos indivíduos, tal como é realizada na raça holandesa (Front End/Capacity, Dairy Strength, Rump, Feet and legs, Udder), com "scores" - Excelente, Muito Bom, Bom Plus, Bom, Médio, Inferior.
A questão do controle leiteiro também precisa ser revista. Produções isoladas, ou "segregadas" da "base média" da raça - alcançadas em condições "especiais", tem o seu valor, entretanto, na minha opinião, de maior relevância são as produções controladas sob condições reais (comerciais) brasileiras, e ainda, com consistência, ou seja ao longo da vida produtiva do animal - 4 lactações pelo menos.
Uma vaca top Gir, hoje, seria (na minha opinião) aquela com 1a ao pé cria até 33 meses, 4a cria ao pé com 72/76 meses e uma produção mínima de 18.000 kg em lactações de 305 dias, resultados obtidos com um manejo "comercial" sem "pirotecnias" ou auxiliares anabolizantes.
Não é preciso muita imaginação para concluir que uma vez tabulados esses dados, o resultado seja por similaridade ou por diferenças capacitará um programa seletivo consistente, com ganhos expressivos em tempo de seleção e patamares de produção.
Parabéns aos criadores de Gir de Goias.
Sten Johnsson
Rio de Janeiro

Anônimo disse...

Em tempo, 20 mil mapeamentos a R$ 80 cada, totalizariam R$ 1.600.000,00.
Mais barato que algumas vacas Nelore recentemente vendidas em leilões (cada).