Caro Rosimar,
Acompanho com muito apreciação seu trabalho de divulgação da raça Gir e compartilho com você a preocupação com o problema da consanguidade no Gir leiteiro brasileiro.
Esta questão esteve mais comentada no seu BLOG no passado, este ano ao que parece o “boom” que atravessa a raça fez os criadores esquecerem um pouco do tema. Mais gostaria de trazê-lo a tona novamente com uma boa notícia.
Como trabalho com desenvolvimento de sistema criei uma ferramenta para me auxiliar na escolha de touros testados e sem consanguinidade com minhas matrizes. A coisa foi evoluíndo a tal ponto que resolvi disponibilizar esta ferramenta para os criadores da raça Gir, através da Internet.
Chamei a ferramenta de GGir – Genética Gir. A partir de algumas informações da árvore genealógica da matriz fornecidas pelo usuário, o GGir disponibiliza uma lista de touros ordenados pela consanguinidade e pelos principais índices dos sumários disponíveis (ABCZ e ABCGIL). Também é possível visualizar a árvore genética da matriz até a sexta geração e a composição sanguínea completa.
O acesso é gratuito, basta se cadastrar. O site é www.geneticazebu.com.br. Esta ferramenta esta disponível a todos os criadores da raça Gir e espero desta forma contribuir para o desenvolvimento desta raça que tanto gostamos e admiramos.
Forte abraço,
Rubens Villela
Prezado Rubens,
Em primeiro lugar, parabéns pela sua dedicação em trazer para a seleção de gir modernas ferramentas tecnológicas de acasalamento visando fugir desse problema que é a endogamia na raça. Você, como criador e técnico, merece a nossa consideração.
Em segundo lugar, esse problema da consangüinidade da raça é muito grave e eu não esqueci o problema. Acho que precisamos voltar ao debate. Este ano assisti com muita atenção um palestra do Aníbal Eugênio Vercesi, diretor Técnico da Abcgil, no simpósio da Jasdan, em Paraopeba (MG) sobre esse tema. (Veja à direita foto de um dos slides da palestra)
A palestra do Aníbal é alarmante e bastante informativa. Ele fez um excelente trabalho sobre a endogamia no Gir Leiteiro e o resultado de suas conclusões foi a decisão da Abcgil em abrir 10% da vagas do seu teste de progênie para novas linhagens. O que é pouco diante da gravidade do assunto.
Nós em Goiás temos essa preocupação há muito tempo, por isso e muito mais, desenvolvemos o nosso teste de progênie, com prioridade para testar linhagens novas, não testadas, alternativas para ampliar a base genética do gir leiteiro nacional. Nosso teste, mantido às duras penas pelos nossos criadores, está na 5ª bateria. Este ano iniciamos o controle leiteiro da filhas dos touros da primeira bateria e em 2011 vamos divulgar os primeiros resultados.
Em toda atividade econômica, quem determina os rumos do negócio é o mercado. Atualmente o mercado do gir está bastante valorizado e os novos criadores e investidores não são selecionadores e a preocupação principal é recuperar capital investido e, acima de tudo, obter lucro com essa “explosão” do gir. Se as entidades, os selecionadores comprometidos e os organismos de pesquisa não fizerem nada e deixarem para o mercado a condução desse processo, o problema vai se agravar. Basta ver a quantidade de leilões em que as prenhezes praticamente são do mesmo touro, ou dos touros que estão em evidência.
Essa luta feroz do mercado em extrair o máximo de lucro do gir leiteiro atual tem suas vantagens e desvantagens. Creio que os criadores brasileiros saberão tirar o máximo de proveito desse momento, garantir a perpetuação da raça e, acima de tudo, prolongar e sustentar esses “bons ventos” do gir.
Rosimar Silva
Presidente da Associação Goiana dos Criadores de Gir
Girgoiás
Um comentário:
Acessei e achei ótimo! Já esta nos meus favoritos. Parabens Rubens!!!
Útil e tambem divertido.
Todos que usam genética Gir podem usar como ferramenta e penso eu colaborar para melhorar a ferramenta enviando dados de touros e suas genealogias. Assim podemos ter em breve um portal para pesquisa de muitas linhagens e composições do Gir.
Rosimar, compila os dados dos touros das baterias Girgoias e insere nesse banco de dados.
SEJ
Rio de Janeiro
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