26 de set. de 2009

Pé na estrada: 1º Girversário


Foto: Elvio Foianini
Sentados, da esquerda para a direita: Ilse Foianini, Onofre Ribeiro e Eduardo Eguez. Em pé, da esquerda para a direira: Eduardo Ciro Añez Saucedo, Rosimar Silva, Gonzalo Montaño, Herlan Molina e Rafael Suarez Lorene, durante almoço no Restaurante "Casa del Camba", em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, na última quinta-feira, dia 24 de setembro.


Belo Horizonte (MG) – Já estou em Belo Horizonte vindo da Bolívia concentrado para a grande festa do 1º Girversário, de Luciano Ferraz, hoje, sábado, dia 26 de setembro, em plena primavera.

A visita à Bolívia só reforçou a idéia de quanto o casal Ilse e Eduardo Eguez é amável e comprometido com o desenvolvimento da raça gir na Bolívia e em todo a América Latina.
Eduardo e Ilze são perseverantes na seleção de gir, cujo rebanho tem quase meio século de existência na Cabaña Curichi Grande, que tive a honra e a felicidade de conhecer em pleno interior da Bolívia, lugar de terras férteis, muita água e belas florestas.

Eduardo é um “militante” do Zebu na Bolívia. Já foi vice-presidente da Federação internacional do Zebu e atualmente é diretor da Asocebu - Associação Boliviano dos criaodores de Zebu. É criador de Gir Leiteiro, nelore e Guzerá.

Ilse Foianini, esposa de Eduardo, é veterinária e responsável técnica pela seleção de Gir, sua verdadeira paixão em Curichi Grande. Eduardo e Ilse preparam o filho Estaban para sucedê-los nos negócios da fazenda. Esteban estuda na Fazu, em Uberaba (MG).

Almoço com giristas
Antes de deixar a Bolívia, na quinta-feira, dia 24 de setembro, Eduardo promoveu um encontro com os criadores de Gir em um grande restaurante de Santa Cruz de La Sierra, para conversar sobre gir brasileiro e boliviano.

Os criadores de gir da Bolívia estão sintonizados com os acontecimentos aqui no Brasil, principalmente com os resultados dos leilões. A exemplo dos criadores brasileiros, na Baolivia a grande pergunta é “até quando durará os altos preços dos leilões”. Os criadores mais cautelosos estão preocupados com a sustentabilidade dessas altas médias e querem saber qual a durabilidade do aquecimento dos preços, pois querem estar a par de tudo para também investirem na seleção da raça.

Rumos dos Gir
Nas conversas durante o almoço no restaurante “Casa del Camba”, o consenso entre novos e tradicionais criadores é que o gir deve ser leiteiro, “porém com caracterização e tamanho, não queremos um gir pequeno”, ressaltou Eduardo Ciro Añez Saucedo, da Cabaña Las Madres, de Santa Cruz criador de Gir, Nelore e Nelore Mocho.

Rafael Sauréz Lorente, formado em veterinário em Belo Horizonte e criador de Nelore e Gir na Cabaña Guayaba, um dos promotores do leilão de Nelore “2 Marcas”, junto com a Cabaña Lãs Madres, também considera que o gir leiteiro tem que ser selecionado dentro dos padrões da raça, com respeito à caracterização racial e ”principalmente com capacidade digestiva e bons aprumos”.

A exemplo do México, na Bolívia percebe-se um grande interesse pela raça. Segundo Eduardo Eguez, o número de criadores e animais na exposição cresceu significativamente. A presença de expositores e criadores durante no julgamento de gir “demonstram o interesse pela raça”, explica. Nos leilões de Nelore da Expocruz, foram colocados para remate alguns lotes de Gir, os quais foram vendidos por valores que agradaram os vendedores. Entre os novos criadores de gir, praticamente todos são neloristas. No México os maiores interessados são os criadores de Branhman.

Laboratório
Preocupado com o crescimento da raça gir e de outras raças na Bolívia, Eduardo associou-se a outro criador de Nelore e montaram um laboratório de Fiv (foto) com equipamentos de última geração com a orientação dos melhores profissionais do Brasil. O laboratório funcionará em Santa Cruz de La Sierra e “será para atender os criadores da Bolívia e de outros países vizinhos”, justifica Eduardo.

A seleção de Gir da Bolívia tem uma grande importância para o Brasil. Foi lá que o touro Êmulo dos Poções, cria de Arthur Souto Maior, foi testado, mais precisamente na Fazenda Curichi Grande, com mais de 600 matrizes de gir. Depois de provado, com mais de duzentas filhas leiteiras, Êmulo retornou ao Brasil e transformou-se no grande touro de sucesso, cuja dose de sêmen está bem valorizada.

Na Expocruz deste ano Êmulo voltou a brilhar fazendo a grande e o grande campeão da exposição. Além dos grandes campeões, são filhos de Êmulo a campeã bezerra, a reservada campeã novilha menor, a reservada campeã vaca maior; as netas e netos de Êmulo foram campeã novilha maior, campeã vaca menor, reservado campeão bezerro e reservado campeão touro maior. (Rosimar Silva)

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