Prezado Rosimar e leitores de Girbrasil,
Venho através desta, manifestar minha opinião como pesquisador e criador de Gir Leiteiro com relação à existência dos dois sumários. Creio que as questões técnicas já estejam bastante claras após os esclarecimentos do Dr. Rui e da Dra. Vânia. Dois bancos de dados distintos geram PTA´s do mesmo touro diferentes em qualquer análise que se faça. Sobre o Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL) não posso aceitar questionamentos sobre a sua seriedade. Vale lembrar que é o primeiro programa planejado de Teste de Progênie de uma raça zebuína para leite no mundo. Foi iniciado de maneira bastante corajosa e heróica pelo grupo de criadores que fundaram a ABCGIL e pela EMBRAPA/CNPGL sob a coordenação do nosso saudoso Dr. Mário Luiz Martinez, a quem a pecuária leiteira TROPICAL tanto deve pelo brilhantismo e persistência na luta diária para que o Programa chegasse aonde chegou hoje. Atualmente, sob coordenação séria e competente do Dr. Rui da Silva Verneque, o Programa vêm crescendo cada vez mais e já conta com 161 touros com avaliação genética, sendo 87 positivos para leite e mais 137 touros em processo de avaliação com resultados a serem liberados até 2014. E novos touros serão incluídos em prova.
Já se foram 23 anos de Programa e este atingiu metas que nem os mais otimistas poderiam imaginar quando da sua implantação, e o sucesso pode ser medido de diferentes e complementares formas:
1- do ponto de vista do melhoramento genético, a população de Gir Leiteiro, vêm evoluindo nos últimos anos a uma fração de 1% de ganho genético anual na produção de leite;
2- do ponto de vista comercial, o que mede a credibilidade que o Programa conquistou junto aos USUÁRIOS da nossa genética, o Gir Leiteiro vêm sendo há vários anos, a raça NACIONAL que mais comercializa sêmen no mercado interno, tendo vendido em 2007 mais de 666.000 doses de sêmen o que representou mais de 51% do sêmen produzido no país para leite.
Com isso, não vejo motivo algum para questionamentos sobre a seriedade e transparência na condução do Programa e além do mais, acredito que a equipe técnica sempre estará pronta para esclarecer qualquer dúvida que eventualmente apareça.
Para melhorar cada vez mais o NOSSO Programa, creio que devemos nos preocupar em estabelecer um sério e rigoroso controle leiteiro, respeitando os horários de esgota e ordenhas, que não seja seletivo, etc... e que enviemos os dados apurados e todas as anotações necessárias à EMBRAPA para que o NOSSO BANCO DE DADOS seja cada vez melhor e os resultados positivos serão colhidos por nós mesmos, usuários desta genética fantástica que é o Gir Leiteiro.
Por tudo isso, gostaria de declarar nesta pequena manifestação meu apoio irrestrito a toda equipe técnica responsável pela condução do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro.
Aníbal Eugênio Vercesi Filho
pop.aevf@apta.sp.gov.br
Pesquisador APTA-Nordeste Paulista
Mococa – SP
Criador de Gir Leiteiro e Diretor Técnico da ABCGIL
Um comentário:
Boa noite à todos!
Gostaria de fazer minhas as palavras de meu amigo Anibal!
Como dito, o teste de progênie é um patrimônio nosso, da raça Gir, da pecuária brasileira e do mundo!
Nós somos diretamente responsáveis pela sua continuidade, bem como pelo seu sucesso.
Os ganhos obtidos até aqui são indiscutíveis e inquestionáveis. Para muitos, isso é fruto apenas da excelência da raça. Ledo engano! O Gir Leiteiro mostrou-se um caso de sucesso mundial de um Programa de Melhoramento Genético, com base em um delineamento estatísitco consagrado, mas pioneiramente aplicado a raças zebuínas leiteiras, cujo mérito se deve prioritariamente a dois fatores:
- a coragem e determinação dos pioneiros selecionadores da raça Gir para sua aptidão leiteira, que não mediram esforços para conservá-la e selecioná-la;
- aos técnicos da Embrapa Gado de Leite, responsáveis pela condução e defesa deste teste frente as dificuldades, em especial o Dr. Martinez (in memoriam) e o Dr. Rui Verneque.
Hoje, é muito simples tecer críticas aos resultados do teste e a discrepância com o Sumário da ABCZ Unesp. Sem entrar nos méritos técnicos da questão, já muito bem esclarecidos pelo Dr. Rui e Dra. Vânia, gostaria de rebater e condenar as críticas quanto a transparência do processo.
Qualquer cidadão que desejar compreender o que é feito nas análises dos dados do teste de progênie, que não se contentar em ler todo referencial teórico que precede o resultado propriamente dito, pode fazê-lo diretamente aos pesquisadores da Embrapa Gado de Leite. Quando desenvolvi minha dissertação de mestrado, cansei de ver o Dr. Rui e equipe atendendo telefonemas e visitas, para esclarecer todos critérios e procedimentos utilizados. Vejam bem, não basta abrir o banco de dados (como proposto anteriormente neste forum) sem que haja competência para analisá-lo! É importante frisar que diversas instituições e pesquisadores utilizaram e utilizam o banco de dados do teste de progênie, para condução de teses e outros estudos. Se houvesse falta de transparência, isso seria possível? Evidente que não!
No mais pessoal, gostaria mesmo é de agradecer por tudo que os técnicos da Embrapa Gado de Leite e os bravos pioneiros selecionadores fizeram por todos nós. Sem estes, não teríamos a oportunidade de conduzir nossos negócios com viabilidade econômica, utilizando a raça que nos cativa e tanto amamos!
"Um brinde ao Gir Leiteiro!"
João Cruz Reis Filho
Engenheiro Agrônomo
Doutorando em Melhoramento Genético Animal - UFV
Fiscal Federal Agropecuário - MAPA
Selecionador de Gir Leiteiro na Fazenda Sumaúma
www.fazendasumauma.com.br
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