4 de ago. de 2017

LEITE ORGÂNICO

Wanderly da Costa Pereira
Wanderly da Costa Pereira

29 de Junho de 2017

De olho no enorme potencial do mercado brasileiro, Nestlé começa a capacitar produtores para produzirem leite orgânico.


Qualidade virou moda e o pecuarista Evandro Evandro Guimaraes, Fazendas do Basa, ganha mais um estímulo para continuar a desenvolver o projeto de parcerias na criação do 'Girolando Meio Sangue Plus'. 

Após o Queijo Artesanal ter conquistando tanto o mercado nacional, quanto o mercado europeu, e das demandas por leite cru e por leite Beta Caseína A2A2 estarem crescendo, agora é o consumo do leite orgânico que entrará em evidência.

A zootecnista Raquel Maria Cury Rodrigues noticiou no portal MilkPoint que "no início desta semana, a Nestlé promoveu um encontro para apresentar e divulgar a sua inserção no mercado lácteo orgânico do país em 2018. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o mercado de produtos orgânicos, desde 2009, cresce em média 25% ao ano. Os números apontam um mercado atualmente em torno de R$ 2 bilhões anuais, apesar de ser um setor pouco auditado. Desse montante, 80% do mercado é concentrado nos produtos in natura, especialmente hortaliças. Nos mercados mais desenvolvidos, como EUA e Europa, a evolução do setor leva a uma participação maior dos produtos processados.

Nesse segmento, o leite orgânico e seus derivados também ganham espaço, mas a demanda no país é maior do que a disponibilidade. Nos Estados Unidos (EUA), os lácteos representam 16% de todo o mercado de orgânicos e na Europa, 30%, enquanto no Brasil esse mercado é incipiente.

Buscando desenvolver a produção de leite orgânico, a Nestlé fez uma parceria pública privada e contará com o auxílio da Embrapa Pecuária Sudeste, Fundação Mokiti Okada e IBD Certificadora.

Para o leite ser orgânico ele deve atender todas as exigências descritas na instrução normativa 46, tais quais:
- o pasto deve ser manejado sem a utilização de nenhum tipo de adubo químico ou agrotóxicos; a alimentação dos animais deve ser feita em sua maioria por alimentos orgânicos com a possibilidade de complementação com alimentos não OGM; o tratamento dos animais deve ser feito com o uso de homeopatia e fitoterápicos, salvo exceções onde antibióticos e tratamentos alopáticos são necessários para evitar sofrimento do animal; não são permitidos sistemas de confinamento; a fazenda deve passar por auditorias no mínimo anualmente."

Durante o encontro, "Alexandre Harkaly, diretor executivo do IBD, comentou que a certificadora está contribuindo para apoiar no entendimento dos processos. Ele relatou que hoje são poucas fazendas leiteiras orgânicas certificadas no Brasil. “No meu ponto de vista, esses produtores são heróis, já que precisaram ser autodidatas para desenvolverem seus negócios. 

Em função de a Nestlé estar entrando no ramo, o número de produtores vai crescer”, explicou. Harkaly expôs ao público um comparativo entre os tipos de certificação existentes no varejo:
a) Não orgânicos, mas com apelo natural e alguns ingredientes orgânicos;
b) Sustentável;
c) Orgânicos; d) Biodinâmico.

“Os consumidores ainda confundem essas certificações. O importante é esclarecer que há um mercado demandante crescente e a estruturação da cadeia será impulsionada por essa tendência, aumentando a disponibilidade dos produtos. No Brasil, o crescimento desse segmento é muito expressivo”, confirma. Ele acredita que as pessoas estão tendo acesso à informação e sabem o que contribui ou não com a saúde."

Leite orgânico é uma tendência de mercado que veio para ficar e encontra respaldo nos conceitos preconizados pelo pesquisador Ivan Ledić. O novo movimento irá rechear as pautas da agenda do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Geraldo Borges.

Para ajudar os leiteristas a suprirem a demanda do mercado, o líder da ABRALEITE precisará desenvolver habilidades semelhantes as do Garrincha e driblar qualquer entrave que possa ser criado pela crise política

(Foto: Gustavo de Vicenzo Valone
Fazenda Malunga, Leite Orgânico, Brasília/DF)


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