Mulheres do Gir Leiteiro

Ilustração: www.mulheresdogirleiteiro.blogspot.com

Goiânia (GO) – Girbrasil por meio do Blog e da Revista Girbrasil tem mostrado a importância da participação da mulher na atividade de criação e seleção da raça Gir. Sempre divulgamos as mulheres como seres independentes e capazes e nunca como um apêndice dos seus maridos, ou companheiros.

É comum ver em publicações do meio agropecuário legenda de fotos em que aparece o nome do marido (criador) com a mulher da seguinte forma: “fulano de tal e esposa”. Como se a mulher não tivesse identidade própria, fosse apenas um peça decorativa, um objeto de uso descartável.

Mas isso é explicado pela formação social da atividade agropecuária brasileira, onde somente os homens tinham poder de decidir e a mulher era um complemento familiar, relegada à cozinha e à criação dos filhos. Nada mais.

Girbrasil publicou uma galeria de fotos só de mulheres vinculadas ao Gir, sem os seus maridos, pais, avôs, namorados, amantes e etc.

Isso foi muito bem recebido pelas mulheres que se viram valorizadas sem a tutela dos maridos.

Agora surge o movimento “Mulheres do Gir”, que já tem um leilão marcado para o mês de novembro. Esse movimento é extremamente louvável. É composto por mulheres de vários criadores, algumas com participações ativas no dia-a-dia desses rebanhos.

A atividade agropecuária é uma atividade quase que exclusivamente masculina. O movimento de mulheres podem contribuir para que os maridos vejam o interesse de suas companheiras pela atividade e que elas tenham uma participação menos decorativa na fazenda, nos leilões e julgamentos, mas que participem das decisões do negócio, dos acasalamentos, da comercialização e etc.

Que esse movimento não seja apenas usado pelos marketeiros como uma marca para ampliar a comercialização da raça, mas que seja tudo isso e que reúna mulheres e homens harmonicamente. O gênero não deve ser uma barreira para ninguém. A mulher, como o homem, é capaz de fazer tudo que deseja. Não existe limite. A idéia de que a mulher é frágil é uma ferramenta de dominação imposta por homens que querem ver a mulher apenas como um ser manipulável, frágil, cuja capacidade não extrapola os limites da casa e da maternidade.

Aproveito este espaço para fazer uma homenagem a uma mulher que dignifica a raça Gir: Maria Tereza Lemos Calil (foto), integrante do movimento “Mulheres do Gir”, criadora na Fazenda Paraíso, em Franca (SP). Ela é um exemplo de superação e competência. Trabalho exaustivamente em várias atividades e ainda seleciona Gir com garra, gosto e amor. Mulher que sabe das suas responsabilidade de mãe, de empresária e criadora. E em tudo conquista sucesso.

O leilão “Mulheres do Gir Leiteiro” será promovido por Camila Almeida (Estância Silvânia), Ilza Helena (Fazenda Baixadinha), Janine Borges Aguiar (MilkCenter), Lucienne Oliveira M. Prata (Fazenda Aprazível), Maria Tereza Lemos Costa Calil (Fazenda Paraíso), Maria do Carmo (Fazenda Brasília), Rosânia Alves (Gir Veredas) e Marta Noronha (Fazenda Terra Vermelha) e várias convidadas de todo o Brasil

Foto: Rosimar Silva







Camila Cavalcante,
Janine Borges
e Dalila Galdeano,
integrantes do movimento
"Mulheres do Gir do Leiteiro".