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3 de fev. de 2010
"Ao risco que corre o pau, também corre o machado"
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Caro Rosimar,
Embora o meu entendimento sobre leilões seja a penas com mero espectador, pois não passo de um mini, o quem sabe aspirante criador de gir, permita-me acrescentar alguns comentários ou sugestões aos já citados pelos experientes criadores através do seu "blog".
1 - Restringirem-se as vendas apenas à modalidade "curral", pelo que entendi ocorre mediante a visita do interessado ao local de venda; poderá acarretar alguma desvantagem pelo fato de não despertar o interesse dos prováveis interessados que estejam localizados distantes daquela área geográfica do evento. O leilão pela televisão corrige essa desvantagem, mas por outro lado imputa aos vendedores elevados custos, que não há como não serem imbutidos no preço do animal. Parece-me que o "leilão eletrônico" pela internet apresenta vantagens competitivas sobre as sistemáticas anteriores;
2 - Quanto aos "calotes", como já bem disseram, sou da opinião que caberia à leiloeira a responsabilidade de efetuar e apresentar ao vendedor uma criteriosa análise de crédito do pretenso comprador, qualquer que fosse a modalidade de leilão. Nas vendas em que a decisão final (aprovação do cadastro) fosse apenas da leiloeira, a esta caberia uma parte do ônus de uma eventual inadimplência; naquelas em que a decisão fosse exclusiva do vendedor, a leiloeira ficaria isenta daquele ônus (inadimplência). Justifico a minha sugestão: na maioria dos casos os vendedores são excelentes profissionais na "arte" de produzir e criar animais, mas não possuem o devido conhecimento e nem se justificaria financeiramente manterem uma estrutura técnica para elaborar análises de crédito. Para as leiloeiras tal atividade é plenamente exequível, pois no mercado existe uma farta oferta de profissionais capacitados para tal atividade (basta recorrer aos bancos ou até mesmo aos CDL, que com certeza lhes indicarão pessoas com amplo conhecimento na área);
3 - Por certo as leiloeiras questionarão, afirmando que não lhes cabe o ônus de inadimplência. Nesse caso, cabe também lembrar-lhes de um ditado" muito popular pelos sertões: "AO RISCO QUE CORRE O PAU, TAMBÉM CORRE O MACHADO" - ou seja: o risco não deve ser restrito ao vendedor, caberá também às leiloeiras; vez que é muito simples postar-se à frente da câmera, de marteleo à mão, não raramente tecendo comentários que não passam de uma "jogada de marketing" e após dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três, embolsar sua comissão e TCHAU!!!
4 - Esta sugestão é dirigida especificamente a alguns leiloeiros, suas empresas ou assessores. É sabido que vivemos numa sociedade que muito carece de consciência ÉTICA. Profissionais que se proponham a repassar comentários ou a evidenciar características comparativas, principalmente através de um meio de comunicação de massa como é a televisão, deve ser alguém revestido de uma profunda postura e senso ético. Pois mesmo para alguém como eu, que não possui nenhuma formação técnica sobre bovinos, não é raro compreender que vários comentários a respeito de determinado animal carecem da credibilidade do ouvinte e que não passam de uma desesperada tentativa de "dourar a pílula", forçar a venda ("no empurrômetro").
Lembremos a eles da existência de muitos bons livros e até mesmo de bons cursos sobre ética profissional pois, como "atores" de uma atividade empresarial, devem ter em mente que se se voltarem apenas ao interesse pelo ganho imediato e se não se preocuparem e também não derem a sua contribuição que vise ao sucesso na atividade e a consequente permanência no mercado dos vendedores e compradores, que são a razão primordial da sua existência, é muito provável que com o desaparecimento desses entes, da mesma forma também desaparecerão as leiloeiras e toda a sua "cadeia" profissional que as acompanha, ou então passarão a leiloar tapetes.
Atenciosamente,
Luiz Antônio Barbosa Reis
Morro do Chapéu - Bahia
luizbreis@ig.com.br
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