30 de jan. de 2009

Artigo: O debate sobre o tema "Raça Pura"



Por Euclides Osvaldo Marques
Estância do Gir
São José do Rio Preto (SP)





Passado alguns dias da reportagem publicada pelo Blog Girbrasil, do Dr. Ivan Luz Ledic sobre o tema “Raça Pura”, exceto a publicação pelo Blog Gir-PO, da transcrição do tema “As fases do gir”, escrito pelo saudoso criador Geraldo França Simões no ano de 1987, onde já mencionava a importância dos antigos criadores, poucos foram os criadores que se manifestaram sobre o assunto.

De minha parte, manifestei-me de forma respeitosa, e de livre iniciativa sobre o tema, mas coube ao Consultor Particular Sr. Álvaro Restrepo Castilho da cidade de Bogotá – Colômbia, ex aluno da Texas A&M University (1964), e ex criador da Raça Brahman Vermelho, manifestar-se sobre a polemica traçada ao redor do conceito sobre múltiplas formas, por um grupo extremamente plural de participantes, segundo ele alguns muito radicais ou verticais.

Compartilha com o enfoque e definição da raça dada pelo Dr. Ivan, mas que dá muita ênfase no conceito evolutivo no tempo e circunstância, sendo que seria mais lógico falar de recursos genéticos que de raças, e que acha muito importante o interesse que gerou este debate, porem, difícil de sacar conclusões precisas.

Não se trata de polemizar, mas questionar o assunto da forma que deve ser tratado, é o mínimo que todo criador deve faze-lo, afinal, criamos a raça da nossa preferência, e cabe a nós, mostrarmos a sua importância econômica dentro do cenário da pecuária nacional.

Entendo o Gir, como raça única, sendo que alguns animais se destacam mais na aptidão leiteira e outros menos.

Em outra reportagem do Dr. Ivan no Blog Girbrasil sobre o tema “Para quem é o gir leiteiro? Que caminhos são esses? Um alerta”, matéria esta solicitada por amigos criadores e selecionadores, questiona o alto valor praticado pelo mercado, lactação de 49kg de leite por dia, métodos utilizados para obtenção de recordes e manejo sofisticado para que o animal expresse seu máximo potencial de produção.

Pois bem, segundo ele, esta classe de animais representa 7% da população de fêmeas da raça gir sob controle leiteiro oficial, e que 93% das lactações estão entre 6,90 kg e 16,40 Kg de leite por dia.

Vale lembrar, que de acordo com o regulamento da ABCZ, para que um animal seja inscrito na modalidade “Aptidão Leiteira” na expozebu 2009, é obrigatório a apresentação do Certificado de Controle Leiteiro Oficial de produção própria de no mínimo 2500KG de leite em até 305 dias de lactação, ou seja 8,20Kg de leite por dia.

Não fora o encerramento das inscrições para o Concurso Leiteiro na expozebu 2009, e se fosse concedida uma “Anistia Nacional” para os que não fazem parte do controle oficial, com certeza teríamos surpresas agradabilíssimas com relação a produção de leite de animais oriundos de todo criatório nacional.

Ainda, de acordo com Dr. Ivan, desde que começou a trabalhar com o gir leiteiro há 25 anos atrás, vislumbrava o gir como raça ideal para produzir leite nos trópicos, e principalmente, para servir os pequenos criadores como “Raça Pura” ou utilizada em cruzamentos.

Diz também, que existem novos empresários e pecuaristas que realmente são criadores de gir leiteiro, e que estão formando seus rebanhos com linhagem alternativas de alguns “Criadores Tradicionais”, enaltecendo o trabalho daqueles “Pioneiros Visionários” que iniciaram e continuam selecionando gir leiteiro.

Quando o Sr. Álvaro da Colômbia diz que há uma vantagem enorme na atualidade do gir leiteiro brasileiro em comparação ao gir da Índia, fica uma pergunta: “Por que os condomínios de criadores de gir e nelore estão com gado na Índia coletando sêmen e embriões, e enviando para o Brasil?

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