SAIBA MAIS:
31 de ago. de 2007
LEILÃO SUCESSO DO GIR - VIRTUAL
EXPOBRASILIA - DE 1 a 9 DE SETEMBRO
Leilão
O Leilão de gir leiteiro deste ano será dia 7 de setembro, feriado em todo o país. Paulo Horta convida os criadores para às 11:00 horas acompanharem a mostra de animais, às 12:00 almoço e às 13:00 o Leilão no recinto de leilões do parque de exposições de Brasília. Estarei presente nos dia 5 e 6 cobrindo o julgamento, que será feito pela Dra. Tatiane Drummond Tetzner, para a revista Nova Girbrasil. (Rosimar Silva)
PAULO ROBERTO ANDRADE CUNHA, PARCEIRO DO GIR
e criador de gir, recebe premiação de Rosimar Silva
durante expogir Uberlândia em 2006.
OS JUÍZES DA EXPOGIR DE UBERLÂNDIA
JURADOS
Estão confirmados para julgar em Uberlândia os jurados oficiais da ABCZ Carlos Lucas, Paulo Ferola, José Barros e Tatiane Drummond. Esses quatro juízes vão fazer o chão tremer
A PODEROSA DAS PISTAS DE JULGAMENTO
AS PODEROSAS DO MUNDO E DO GIR
No segundo lugar na lista apresentada todos os anos pela publicação figura a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, seguida pela vice-primeira-ministra da China, Wu Yi.
Depois delas vêm as americanos Indra Nooyi, diretora-executiva da empresa PepsiCo; Anne Mucahy, diretora-executiva da Xerox; e Sallie Krawcheck, diretora do consórcio bancário Citigroup.
Melinda Gates, mulher de Bill Gates, dono do gigante de informática Microsoft, ocupa o 12º lugar, seguida pela presidente do Partido Nacional do Congresso da Índia, Sonia Gandhi, e pela apresentadora de televisão Oprah Winfrey.
Bachelet, a única latino-americana na lista, ocupa o 17º lugar, superando a senadora e pré-candidata presidencial do Partido Democrata Hillary Clinton, 18ª.
A primeira-dama dos Estados Unidos, Laura Bush, ocupa o lugar número 43. Nancy Pelosi, líder da maioria democrata na Câmara de Representantes, está em 48º.
A PODEROSA DO GIR
No momento, segundo Girbrasil, a mulher poderosa do Gir é Virgínia Pastor, criadora de Gir no semi-árido mineiro, neta do coronel Bem-Bem e esposa do empresário mineiro Luiz Tito. Ambos são criadores de Gir na Fazenda Cachoeira, no distrito de Nhandutiba, município de Manga (MG), na divisa com o sertão da Bahia. Ainda vamos divulgar outras poderosas do Gir. Mulheres que dignificam a raça, enfrentam as dificuldades e, sozinhas, ou lado dos companheiros contribuem para o crescimento da seleção de Gir no Brasil
Mais sobre Virgínia Pastor
Veja Entrevista
30 de ago. de 2007
DIA DE CAMPO EM FERROS (MG)
29 de ago. de 2007
ZEIDE E SEU FILHO ZÉ NETO
NOTA:
Em breve publico algumas fotos da nova fazenda de Zé Neto às margens da rodovia dublicada Uberlândia/Uberaba (MG). Show de propriedade. Terra boa, excelente localização e ótima para criar gir. Aguardem...
POSSE DA NOVA DIRETORIA DA ABCZ
Veja aqui os principais cargos e seus ocupantes:
Presidente: JOSÉ OLAVO
1 Vice: JONAS BARCELOS
2 Vice: EDUARDO BIAGI
3 Vice: GABRIEL DONATO
Só Feras da pecuária nacional. Só a terceira vice para o pobre GIR. Mesmo sendo um dos principais giristas do Brasil, Gabriel Donato também é um nelorista de pesso. Tem uma "big" fazenda de nelore, a Colonial, em Janaúba (MG). Só para lembrar, a fazenda de gir chama-se Calciolândia, em Arcos, também em minas. A festa será amanhã, dia 30, às oito da noite.
28 de ago. de 2007
PROPOSTAS PARA A DIRETORIA DA GIRGOIÁS
Muito mais que uma entidade de criadores de gado de elite, a Girgoiás tem que perceber sua importância estratégica na consolidação daquilo que acreditamos que seja importante para o Brasil, que é uma pecuária leiteira sustentável e tropical. Esse é o papel do selecionador de gir hoje no Brasil. Nossa missão não é só o de fazer um gado de acordo com os padrões raciais estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, mas social na medida em que a produção de leite tem um caráter de segurança alimentar do país, pois selecionar gir para leite é acreditar que ofereceremos ao criador nacional um animal eficiente, adaptado ao clima e à cultura do Brasil.
Sendo assim, a preocupação dessa entidade tem que ser com a raça e tudo que lhe diz respeito diretamente, principalmente o criador. Mas não apenas o grande criador de gado PO (Puro de Origem), mas todos os criadores, mesmo aqueles de um, ou dois animais. Neste momento de consolidação do retorno da raça ao centro das atenções da pecuária nacional, nosso foco deve ser o de valorizar todos os atores que de alguma forma contribuem para o engrandecimento da raça.
Temos que dar atenção ao pequeno, médio e grande criador. Temos que cuidar do criador que ainda não registra seus animais, pois ele é importante e devemos estimulá-lo a fazer o registro do seu plantel como forma de agregar valor ao seu negócio e garantir o melhoramento genético alcançado.
A Seleção de gir no Brasil e em Goiás, especialmente, passa por um momento delicado. De um lado vivemos a explosão pelo interesse pela raça. A cada dia novos criadores aparecem. Por outro lado a expectativa de que esse crescimento seja duradouro, ou é apenas fruto do modismo que é comum na pecuária Nacional.
Gir virou moda. Essa afirmação tem o seu lado bom e o lado perigoso. Toda moda leva ao crescimento rápido da atividade e passa logo. Sendo assim, o grande desafio dos criadores e de suas entidades representativas é saber tirar o máximo de proveito desse momento não permitindo que esse crescimento seja efêmero, mas que tenha fôlego e dure bastante tempo.
Se quisermos viver da atividade de criar e selecionar gir, se acreditamos no potencial da raça, então, temos a responsabilidade de não permitir que essa “moda” se vire contra nós num futuro bem próximo. Por isso, não adianta dar uma de esperto e partir para o mundo da fantasia vendendo uma falsa realidade sobre a raça como forma de se dar bem e ganhar muito dinheiro nesse momento e depois que se dane o resto. Foi assim com as raças européias que invadiram o Brasil prometendo uma revolução na pecuária brasileira e não agüentaram nem o primeiro ataque dos carrapatos.
Essa é a luta do nelore: de um lado um mundo encantado que só existe nos leilões virtuais, onde se vende fantasia pelo preço mais caro do mundo; do outro lado, os criadores que sabem que não adianta tirar do nelore o que ele tem de melhor, que é sua rusticidade, sua capacidade de andar e buscar seu próprio alimento. Alguns criadores transformaram seus animais em monstrengos de tamanho e peso incapazes de sobreviver em qualquer pastagem, mesmo que seja das melhores.
Selecionamos gir para a produção de leite. Nossa vaca tem que ser leiteira. Mas essa produção tem que ser real; não pode ser fabricada. Fabricar lactações com base em vaca estabulada, submetendo o animal a superalimentação com aplicação de hormônios geram o mundo da fantasia do gir. Um glamour de pernas curtas, um crime contra a raça que ainda está sendo selecionada, um atentado à reputação de uma infinidade de criadores honestos que estão selecionando as melhores famílias de gir para formar planteis leiteiros, um desserviço aos estudos científicos que já elevaram a raça gir a patamares excepcionais.
Esses são os riscos que vamos enfrentar ou que já os enfrentamos. Por isso, acho importante chamar atenção dos criadores que desejam o crescimento da raça de forma sustentável e, acima de tudo, com base na realidade do gir nacional. Diante disso, submeto à diretoria da Girgoiás – Associação Goiana dos Criadores de Gir - nove propostas para valorizar ainda mais o gir produzido no Estado de Goiás:
1 - Transformar o laboratório de TE em Central de transferência de embriões, Fiv e congelamento de sêmen.
O laboratório de TE instalado na Embrapa Arroz e Feijão,
Somente a raça gir não será suficiente para suprir a capacidade instalada da futura Central, por isso, proponho abrir a central para outras raças visando diminuir custos e garantir mais recursos. A pecuária leiteira, com base no girolando, precisa de animais de qualidade e a Central é uma forte aliada para produção de fêmeas F1 Gir/holandês.
2 - Recuperar o Projeto do Leite Orgânico, que se encontra com as pastagens certificados aguardando a entrada dos animais.
O Projeto de Leite Orgânico era um dos projetos que causaria mais impacto na opinião pública no Brasil e até no exterior, exatamente por mexer num dos itens de maior preocupação do mundo na atualidade, que é a qualidade dos alimentos. O gir é a raça ideal para se consolidar como produtora de leite saudável, de leite orgânico. Contudo, lamentavelmente, esse projeto está sendo esquecido pela Associação e pela Embrapa. É preciso resgatar esse projeto e executá-lo. Precisamos incorporar a repercussão desse projeto na listas dos grandes feitos dos criadores de Goiás.
Diga-se de passagem, que esse projeto despertou o interesse de vários criadores renomados do Brasil que se dispôs a participar enviando animais para o experimento. Quando foi anunciado que Goiás faria um projeto de leite orgânico com animais da raça gir, emissoras internacionais de televisão se interessaram em divulgar o projeto, provando o tamanho do interesse por esse tipo de pesquisa.
3 - Criar uma Diretoria especializada em Marketing para:
3.1 - Fortalecer a Revista Gironline, garantindo sua periodicidade e criar um departamento de assinaturas.
A Revista Gir Online foi a principal novidade que surgiu nos últimos nos na promoção do gir brasileiro. Além disso, o foi o principal instrumento de motivação e valorização do criador do Estado de Goiás e teve papel fundamental na recuperação da alto-estima do criador goiano. Por isso, seu fortalecimento deve ser uma das prioridades da Girgoiás.
Por meio do site Girbrasil, criadores e todo tipo de gente teve conhecimento do trabalho da associação e passou a conhecer cada um dos criadores de gir vinculados à entidade, demonstrando a importância de se manter esse tipo de serviço. Não se pode falar em conquistar mercado nesse mundo globalizado sem usufruir das facilidades e vantagens da comunicação em tempo real. Por isso, manter o site da associação é de suma importância para a comunicação dos criadores de gir de Goiás com o mundo.
Outra novidade que percorreu o mundo foi a Caravana do Gir. Foi um dos trabalhos da associação de maior impacto entre os criadores de gado
3.4 - Discutir com os criadores goianos a execução da proposta do criador Athos Magno de se criar a marca “Gir de Goiás” e fazer uma campanha publicitário em todo o Brasil para divulgar o gir criado e selecionado no Estado
Essa proposta foi apresentada durante o 1º Encontro dos Criadores de Gir de Bela Vista de Goiás, realizado na Fazenda Santa Clara, no dia 10 de março de 2007. Athos Magno considera que o Gir selecionado em Goiás tem uma diferenciação. Segundo ele, além de leiteiro, o gir goiano é reconhecido pela qualidade racial. Isso, na visão do criador, é um fator importante, o qual deveria explorar como marca e consolidar nacionalmente o gir produzido aqui com a marca “Gir de Goiás”.
3.5 - Criar o prêmio anual “The Best de Goiás”, como forma de promover e divulgar o criador que investe, inova e contribui com o crescimento da raça, valorizando o conjunto dos criadores do Estado. Além do Prêmio, criar uma festa anual de confraternização e promoção dos criadores
Esse prêmio comporia um pacote de ações visando exclusivamente à promoção e integração dos criadores goianos. Além, é claro, de ser um instrumento de valorização do criador que se destaca na atividade, que investe e participa do crescimento do criatório goiano.
4 - Criar uma Diretoria voltada exclusivamente ao jovem criador, como forma de valorizar e apoiar as iniciativas da juventude. Apoio integral para se formar a Juventude do Gir.
Valorizar os jovens é uma forma de introduzir sangue novo na atividade. Um dos grandes problemas da continuidade de seleção de criadores renomados é a questão dos herdeiros. É preciso garantir a continuidade da atividade e a criação de gir foi por muito tempo uma atividade de pessoas velhas. Atualmente é possível ver a quantidade de jovens se interessando pela raça. São jovens fazendeiros, profissionais liberais, pequenos, médios e grandes empresários que, além do gosto pela raça, também a identifica com um negócio.
Um trabalho importante que se deve fazer na promoção da raça é desfazer essa imagem de gado antigo, adorado por antigos e longe da juventude. Por isso, trazer o jovem girista para dentro da associação com direito a participar com poder de decisão contribuirá para se criar um ambiente de vanguarda, jovial e estimulante.
5 - Fazer um leilão anual de Tourinhos comerciais
Mesmo com a grande procura por animais da raça gir, ainda se houve dos criadores a reclamação sobre a dificuldade de se vender tourinhos para fazenda de pequenos produtores de leite. Talvez se a Associação organizar um leilão anual de tourinhos comerciais para serem leiloados aos compradores com orçamentos apertados e que podem pagar apenas pequenas parcelas, seja uma saída para atender esse tipo de mercado e atender o criador que precisa fazer uma carteira anual para continuar tocando sua atividade de sele
6 - Inserir a Associação nas discussões sobre a cadeia produtiva do leite, como participar efetivamente da comissão de leite da Faeg, dos APL’s do leite e de outros fóruns da cadeia leiteira.
Se a seleção de gir em Goiás é voltada para produzir animais leiteiros é fundamental que os criadores de gir participem das principais lutas da cadeia produtiva do leite no Estado. Precisamos consolidar a imagem de que o gir é leiteiro e que seus criadores se preocupam com esse mercado.
7 - Inserir a Associação nas discussões sobre a transferência do Parque de Exposições de Goiânia e ter um espaço que represente dignamente a raça e seus criadores em Goiás visando à construção da “Casa do Gir de Goiás” no novo parque de Exposições da capital.
A transferência do parque de exposições de Goiânia para outro local é uma luta antiga e uma necessidade urgente. Precisamos de um lugar maior, com mais espaço físico, com melhores condições de acesso e segurança. Essa preocupação não deve ser apenas da direção da SGPA, mas de todos os criadores de gado de elite do Estado. Participar do processo de mudança do Parque e garantir no futuro parque um espaço para construir uma sede para a Associação com espaço suficiente para o congraçamento dos criadores de gir.
8 - Promover a integração entre os criadores com encontros periódicos de giristas em todas as regiões do Estado.
Neste momento de crescimento da raça em todo o Brasil, é preciso de muita união entre os criadores para que possamos aproveitar todas as oportunidades de crescimento e melhoramento. Para que isso ocorre é necessária uma grande afinidade entres os criadores e encontros periódicos facilitam essa integração. Esses encontros aprimoram o relacionamento, fortalecem as amizades e servem de troca de experiências entre os criadores. É preciso valorizar esse ponto importante para o selecionador de gir.
Agora é o momento exato para expandir o mercado de gir. Para isso, precisamos aumentar substancialmente o número de criadores
27 de ago. de 2007
BOLSANELLO: CRIADOR CAPIXABA
HISTÓRIA - EVARISTO DE PAULA
Esta foto, segundo o Jornalista e criador Juscelino K. Gomes, o JK (centro), de Goiás, foi a última foto tirada por Evaristo de Paula (à direita) na fazenda Curtume, em Curvelo (MG).
Goiânia (GO) - Publico hoje uma carta escrita por Evaristo de Paula ao Ministério da Agricultura solicitando que o gado EVA, linhagem criado por ele a partir do touro White, fosse registrado no Brasil como outro tipo de raça denominada Kathiawar. A carta oi endereçada ao Dr. Roberto Lamounier, chefe do Serviço de Registro Genealógico das Raças de Origem Indiana, sob o título "Contribuição aos estudos para a definição e conceituação da raça". Isso em 1988. Dois anos depois Evaristo faleceria. Seu corpo foi enterrado na fazenda Curtume, em Curvelo (MG).
Contribuição aos estudos para a
definição e conceituação da raça
Atendendo à convocação do Dr. Roberto Lamounier, chefe do Serviço de Registro Genealógico das Raças de Origem Indiana, tentarei oferecer a contribuição de estudos, experiências e prática no campo da criação e seleção de gado Gir, especialmente no que diz respeito à sua pelagem.
Com a responsabilidade da condição de decano dos criadores e selecionadores de Gir deste país, procurei calçar minha opinião na verdade dos fatos, bem como na visão de estudiosos. Como criador, após eleger de forma meditada e consciente uma diretriz, e de verificar seus resultados positivos, fixei meu rumo e jamais permiti que outros interesses pudessem me desviar dele.
Há mais de meio século entendia-se, como hoje, que a consangüinidade bem aplicada, os princípios genéticos e as leis biológicas eram os responsáveis pela formação e conservação da raça pura. Firme nesse propósito posso afirmar, como salienta o professor Otávio Domingues, “que condenar a consangüinidade é o mesmo que penalizar o detetive que descobre um crime”. Por isso tem se procurado uniformizar caracteres raciais por meio dos quais seria possível chegar às aptidões econômicas e a outras também relevantes, como rusticidade, resistência, fertilidade e mansidão entre outras, visando a obtenção de um bovino de características saudáveis para as regiões tropicais.
Tendo em mente que consangüinidade nada cria, mas faz vir à tona, de igual forma, bons e maus atributos, fui conduzido a determinadas conclusões que dão a convicção de que pêlo e pele devem mostrar um estado de harmonia, como harmônico também deve ser o todo do animal. Contudo, isso obedece a uma fatalidade seletiva.
Um animal de pelagem clara deve, forçosamente, exibir em sua pele esparsas manchas de pigmentos claros, a que erroneamente se convencionou designar de despigmentação, e que se constitui num ponto de equilíbrio que lhe confere bem-estar ante a agressão dos raios solares.
Pude verificar que os fatores que comandam o direcionamento seletivo no sentido de presença da coloração clara na pelagem do Gir poderão ser catalogados como sendo de natureza endógena e exógena. Isso é, são fatores internos relativos aos animais, fatores orgânicos. E os externos, que ocorrem por causa do meio ambiente fortemente tropical, como o do caso
Todavia, é preciso atentar-se para o fato de que há algum tempo a população bovina no Brasil, sobretudo, a concentrada nas regiões Norte e Nordeste, era constituída por animais da raça Gir de coloração vermelha e de pele preta. Isso em razão do esforço do homem que, no desempenho de seus interesses comerciais, intercambiava-se promovendo esse tipo de povoamento. Mas a natureza, não auscultada pelo homem, se rebelou e fez definhar ao longo dos tempos o modelo daquela população bovina, cuja roupagem era incompatível com o clima imperante.
O Gir, nessas localidades, tornou-se inviável, bravio, pequeno, destituído de aptidões para a produção de carne e leite, e indesejado pelo criador. Em virtude dessas mudanças, chegou-se à constatação de que o Gir, antes detentor da preferência geral, após sofrer os efeitos de erros que envolvem sua seleção, vem experimentando uma dolorosa e irreversível queda de cotação na preferência do consumidor e usuário. O Gir se transformou em boi da moda e, como toda moda é passageira, ele não conseguiu galgar o desejado patamar da respeitabilidade econômica e, por falta desse suporte, desabou em queda livre, abandonado pelas solicitações do mercado. Hoje, nem mesmo tentativas de leilões adredemente preparados têm conseguido contê-la.
Essa é a lição extraída de um episódio lamentável, que bem poderia não ter existido se fosse outro o enfoque das entidades ligadas ao setor quando se movimentam na tentativa de impulsionar o desenvolvimento da pecuária de leite. Com o advento das raças nelore, kangayan e guzerá, que tiveram seus contingentes fortemente acrescidos pelas últimas importações, sendo elas portadores de pelagem clara, compatíveis com o meio, tomaram de assalto aquelas regiões tropicais, mesmo que a população humana viesse a sofrer conseqüências fatais de escassez de leite como alimentação básica.
A essa altura, é de se perguntar: por que não foi o Gir substituído, naquelas localidades, por raças como a red-sindi e a seiwal, sendo elas zebuínas? Foram trazidas naquele momento por esforçados importadores para o mesmo país? É fácil concluir que o fator decisivo foi a roupagem que as duas referidas raças ostentam: pele e pêlo escuros, que as tornam tropicalmente inviáveis tanto quanto o próprio Gir vermelho na ocupação econômica daquelas áreas tropicais em que fracassou.
Foi essa a dura resposta do meio ambiente à ação menos meditada do homem, que não teve a argúcia e a humildade de dar as mãos à natureza. A solução natural e saudável residia na adoção maciça do Gir de Kathiawar de pelagem clara com pele carregada de frações de pigmentos claros. Contudo, a cobiça comercial, vencendo a tecnologia que deveria comandar o assunto, impediu que a solução fosse apontada como a adequada, tanto do ponto de vista econômico quanto social. O Gir claro, o kathiawar, era então estigmatizado e colocado no limbo.
Assim, a maior parte da população humana sofreu os efeitos danosos da falta do leite, que passou a ser importado, embora contaminado, devido à cobiça comercial de algumas pessoas por entenderem que o Brasil tropical deveria – como acreditam que ainda deve – girar exclusivamente em torno do apetite de suas bolsas.
Diferente de tudo isso, porém, foi e tem sido o quadro com o qual se depara o observador em outras regiões ao constatar o quanto a contribuição de reprodutores Gir de pelagem clara e despigmentação tem sido importante quando utilizados em cruzamento com vacas holandesas em bacias leiteiras importantes do País. Além dos produtos voltados para o aumento econômico da produção e da produtividade do leite, que têm superado o desempenho apresentado por produtos provindos de reprodutores Gir portadores de pêlo e pele escuros.
A robustez, mansidão, precocidade e prolificidade, dentre outros, constituíram-se em predicados maiores que ornam as gerações assim formadas, trazendo a elas o galardão honroso da preferência geral. É preciso também estar atento ao aspecto relevantemente ilustrativo de que o julgamento dali proveniente é definitivo, pois parte de pessoas que possuem instrumentos de medição da qualidade dos animais, ou seja, o balde e a balança corroborados pela diminuição da demanda em rações, aumento da facilidade de manejo e baixo índice de mortalidade de bezerros, entre outros fatores, fortalecendo a estrutura econômica de tão importante setor.
Ao trilhar caminhos da experimentação, vivenciar e conviver por mais de meio século com a atividade de criador de bovinos, notadamente de Gir, obediente a diretrizes apontadas por ilustres zootecnistas como di Paravicini Torres e Octávio Domingues dentre outros, enfoco, de modo especial, o Dr. Oswaldo A. Borges, que em 1940 já dizia que a pigmentação no couro do zebu tinha de ser estudada novamente de modo experimental e não apenas partindo de hipóteses apriorísticas, afirmava. Borges dizia ainda que o Gir despigmentado possui maior peso e uma cultura milenar.
Borges também reforçou o entendimento de que a chamada despigmentação é mais um atributo positivo para o Gir do que um item negativo. Não poderia deixar de ressaltar aqui que o zebu, por ter vivido milhares de anos em regiões de climas quentes, notadamente no Brasil, para sua sobrevivência e para cumprir adequadamente a sua destinação econômica, necessita de um equilíbrio entre a cor da pele e da pelagem de forma a lhe proporcionar bem-estar ante a agressão solar.
Em face de tal realidade, percebe-se que o zebu deverá ostentar coloração clara já que por ser refletora nada a penetrará, contudo, será devolvido. Mas, se for preta, tudo penetrará e nada será refletido. A cor branca possui característica refletora enquanto a preta a absorvedora de vibração dos raios solares. Como conseqüência disso, pode-se concluir que o equilíbrio preconizado e destacado como necessário terá influência. Porquanto, bem-estar permanente ante a agressão do sol ao absorver seus benefícios e refletir os malefícios excessivos, implica em maior vida útil, mais saúde, maior poder prolífero e numerosos itens positivos capazes de gerar mais rentabilidade a longo e médio prazo.
Os ensinamentos recebidos por constante e longa militância no exercício da seleção, refletem-se além dos fatos até aqui abordados, desaguando nos setores da economia, ao qual o assunto, de forma especial, diz respeito ao industrial. Hoje, têm-se em mãos depoimentos de indústrias coureiras que afirmam que “os zebuínos de pele e pelagem claras apresentam couro de melhor qualidade, acentuada pelo fato de serem quase imunes ao ataque de bernes e carrapatos”. Essas indústrias apontam que “a despigmentação, pequenas manchas de coloração clara sobre a pele de alguns zebuínos, nenhuma malefício oferece à boa qualidade do couro”, e terminam afirmando incisivamente que preferem esses animais. Às informações dessas indústrias se anexam depoimentos e documentos que põem termo à malsinada versão que, oficializada, semeou ensinamentos nada condizentes com a realidade.
Observação do Dr, Eurico Lippi Ortolani, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, e também fazendeiro no município de Mairinque, que em recente publicação à revista Guia Rural, número 8, comentou a respeito da infestação de bernes em animais de seu rebanho, constatou que “o gado de pelagem escura é altamente infestado por berne, porque o gado de pelagem escura, tem a temperatura do corpo mais alta, atrai moscas portadoras da larva do berne”. Tendo de outro lado verificado que “o gado zebu de pelagem clara é de baixa infestação”, Ortolani recomenda ao criador descartar da reprodução animais mais propensos ao berne, em particular bovinos de pelagem escura, que vivem embernados. Indica também o descarte como medida preventiva para evitar perda de peso, diminuição do leite e perfurações no couro, que o tornam imprestável, bem como uma economia em remédios, que nada solucionam e acarretam seqüelas ao rebanho.
Por essas e outras razões, é que parece, como certo e lógico, ser o desejável como característica da pelagem da raça Gir, e aqui enfoco, de modo especial, o Gir de Kathiawar, que por ser uma raça destinada a ocupar economicamente as regiões de clima tropical é, sem dúvida, a coloração clara, até mesmo em benefício da saúde do consumidor do leite de da carne por ele produzidos.
O bovino de pêlo e pele escuros é, como ensina a ciência, naturalmente portador de um comportamento irritadiço e nervoso, em razão do que, quando exposto á irradiação solar, ou mesmo à sombra, absorve com intensidade o calor que lhe é projetado, conduzindo-o a um estado de “stress” que lhe diminui as condições de saúde e vida. Esse tipo de sofrimento e de desconforto, provocado pelo desequilíbrio entre a cor da pelagem e da pele, resulta num acúmulo de toxinas na carne e no leite de efeitos danosos à saúde do consumidor.
Certamente, não será por outras razões que a organização mundial de saúde vem a campo condenar certos procedimentos como responsáveis pela piora da qualidade da carne e do leite oferecidos ao consumo, tornando-os inconvenientes ao uso humano.
Entende ainda aquela entidade, que tais anomalias por que passam os animais, quando dentro de um quadro de alteração temperamental, faz com ele diminua a taxa de glicogênio muscular responsável pela formação do ácido láctico necessário à garantia da acidez ideal do produto e pela redução do crescimento de bactérias, responsáveis pela putrefação. No qual a observação que se julga correta, de que a pessoa assimila o estado de saúde e o temperamento do gado que cria, uma vez que essa assimilação se processa pela ingestão constante do leite com que se alimenta e que tal aspecto passa a ser uma exigência biológica para o homem.
Diz santo Lunardalli, que na raça santa gertrudes para um animal ser admitido no Registro Genealógico não pode ter a pele preta, porque a de tonalidade rosa oferece maior tolerância ao calor. Ou seja, “o mito da pele preta é uma inverdade imposta pela zootecnia européia para manter o homem do trópico no seu subdesenvolvimento”. O que se classifica como despigmentação, no caso do Gir, é a presença benéfica de áreas de pele de pigmentação clara, decorrente de sua condição de animal vocacionado para a vida econômica em clima tropical, porque, tanto o pelo como a pele apresentam, dessa forma, uma saudável relevância aos raios solares e ao calor ambiental.
O que realmente há, e que sempre houve, é uma inadequação de conceitos entre a despigmentação existente no boi europeu e a pele branca do verdadeiro Gir. O que se observa, por conseqüência, é a aplicação errônea de princípios de zootecnia aplicáveis ao bos taurus, transpostos para o bos indicus, inadmissível por se tratar de espécies distintas.
O ponto de equilíbrio a que nos referimos entre a cor da pelagem e da pele e que, inegavelmente, reponde pelo bem-estar do animal constitui um elemento de inegável valia e credenciamento para raça Gir kathiawar, pois sua pele em harmonia com a pelagem que também, conforme o boletim número 46 do órgão nacional de agricultura da Índia (Imperial Council of Agriculture Research) deve ser clara, há de ser pontilhada de pequenas manchas brancas, presente nos animais que compõem o rebanho até o limite do ótimo, agradando, pois a proporcionalidade adequada à sua característica de raça destinada a desempenhos dúplices.
Essa é, por certo, a couraça protetora que lhe confere condições adequadas para um bom desempenho vital e econômico, se examinada à luz da realidade ambiental e de uma tecnologia especificamente zebuína e tropical. Desejar-se o diferente, isto é, o rompimento ou quebra desse estado de equilíbrio e harmonia será o mesmo que admitir a existência, guardadas as devidas proporções, de um cidadão inglês. Louro, ostentando e exibindo bigodes pretos. A inadequação, de tão estranha, acabaria por nos conduzir imaginariamente aos ambientes e senzalas... onde nascem os mestiços.
Posto isso, cabe confirmar aqui os termos da apressada correspondência que a 6 de setembro do ano passado foi endereçada ao Dr. Lamounier com antecipados conceitos e posições. Confirmando os termos daquela correspondência que é a de sugerir adoção de registro autônomo especificamente para o Gir de Kathiawar, conservando-se o outro, que trata simplesmente do Gir no que, como nas demais raças zebuínas, a ABCZ seria a delegada para aplicação do registro.
A medida se afigura como correta, mais conveniente e consentânea com a realidade diferencial entre as duas raças rigorosamente distintas, uma em relação à outra. As razões estão aí a pipocar, tantas e muitas como passarei apontar autores de livros, referências e documentos, que fazem menção às duas raças como distintas entre si, e como realmente são.
Nos primórdios das importações vindas da Índia já existia entre os criadores nacionais essa diferenciação. Os certificados, expedidos pelos criadores de passado remoto, estabelecia tal distinção: ora era somente o Gir, ora era o Gir de kathiawar, como se pode verificar pelos pedigrees anexos, emitidos pelo criador baiano, Otávio Ariani Machado, em 1944, e que eu e meu pai sempre o fizemos.
A distinção entre a raça Gir e a raça kathiawar foi também registrada pelas historiadoras de Uberaba, Maria Antonieta Borges Lopes e Eliane Marquez de Resende, no livro ABCZ – 50 anos de Histórias e Estórias, ao assinalar um concurso promovido por Ravísio vimos, no Diário de S. Paulo, qual a diferença existente entre a raça kathiawar e a raça Gir.
De igual forma, no livro de André Weiss, Os Grandes reprodutores indianos no Brasil, Armel de Miranda, que fez três viagens à Índia – 1913,1914 e 1917 – e a que Alberto Alves Santiago se referiu como “extremamente ativo” observador arguto e grande conhecedor do bos indicus se expressou da seguinte maneira: “Há também dois tipos de gira: o de Kathiawar,,, e o da Floresta...!”, observação, inclusive, coincidente com a classificação do gado indiano, classificado no que chamou III Grupo, e onde o Gir foi assim definido como “3 – o muito peculiar gado Gir de Kathiawar e o do oeste da Índia”.
E ainda, o Dr. Oswaldo A. Borges em seu livro, O zebu do Brasil, editado pela sociedade Rural do Triângulo Mineiro, também nos dá uma eloqüente e precisa demonstração de tal distinção: “Selecionamos o Gir para carne e por isso são absolutamente indesejáveis os animais pequenos ou miúdos. Donde a preferência de que sempre gozou o Gir Kathiawar, por ser mais graúdo”.
É incontestável a existência de ambos, não apenas pelas referências e ou registros assinalados, ou mesmo na questão da pele e pelagem. Mas também por ser o Gir de Kathiawar portador de outras características próprias e inconfundíveis, como estrutura óssea, crânio, orelhas, pescoço, úbere, barbela, umbigo, perfil, marrafa, chanfro, por exemplo, em relação ao outro, em pólos distintos.
Registra-se, aqui, a valiosa referência do professor Octávio Domingues, extraída de seu livro O Zebu, sua reprodução e multiplicação dirigida. As raças indianas não foram trabalhadas e suficientemente subdivididas em estirpes, de caracteres mais simples e fáceis, como é o caso das raças européias. Pondo-se em relação o enorme potencial de variabilidade dos zebuínos em face das raças européias de hoje como a espécie bos indicus. Dentro de cada tronco étnico, há imensas possibilidades ainda de subdivisão em novas raças, vista as atuais não serem suficientemente definidas e capazes de mostrar aquela homogeneidade que encontramos no gado europeu, nas suas melhores raças: ao contrário, são de certo modo instáveis e, portando, capazes de motivar estirpes ao sabor do selecionador.
É indiscutível, dentro do rebanho nacional, a existência de espécimens da raça Gir possuidores de características bem diferenciadas do padrão oficializado. Em virtude desses animais não se enquadrarem no regulamento e também, de outro lado, não havendo rações para negar-lhes tipicidade racial, por que não abrir espaço autônomo ao registro genealógico para acolhê-los?
Antes mesmo do Gir leiteiro e do mocho, o kathiawar já deveria ter recebido o seu registro próprio e regulamentado. A seqüência de argumentos e abalizadas opiniões citadas oferecem o sentido exato da procedência de nossa tese, que chamaríamos de carta de alforria passada à raça Gir de kathiawar.
Para finalizar, alerto as autoridades e o chefe de Registro Genealógico e seus companheiros que reflitam firmemente sobre o assunto ora exposto, e que, após avaliar a extensão de seu reflexo no contexto econômico da pecuária nacional, dêem o sinal de partida para a adoção da justa medida ora sugerida: o registro autônomo para o Gir de kathiawar. Romper-se-ia, assim, com o que chamaríamos de imobilismo tecnológico, envolvendo o importante setor e vindo a impedir que outras nações deste e de outros hemisférios venham a ocupar o espaço que aí esta, podendo ameaçar a nossa posição de vanguarda que, por enquanto, ainda nos pertence no cenário zebuíno mundial.
Perdoem-me, os senhores que detém nas mãos parcela ponderável de responsabilidade pela posição hegemônica da zebuinocultura brasileira, se com a responsabilidade de mais de meio século de vida voltada exclusivamente para a atividade da pecuária selecionada, vim depositar em suas mãos a responsabilidade histórica para solução de um problema que já não pode mais persistir.
A medida se impõe e todos os que juntaram na grande tarefa, na tentativa para alargamento dos horizontes econômicos da pecuária, sentem-se gratificados em oferecer a sua contribuição para que amanhã não sejam acoimados de omissos ou seciosos, e até mesmo apontados por prática de crime de lesa-pátria.
Para implantação e preservação do kathiawar no País, tarefa a qual muitos se entregam de forma obstinada como o senhor Nequinha Prata, a quem a raça kathiawar muito deve. E não podendo falar em assuntos de interesse do zebu, sem falar de Uberaba, manda a verdade histórica que relembre, mais uma vez, o coronel Rodolfo Machado, dirigente que foi do que chamaríamos de Academia Nacional de Zootecnia Girista. Muito freqüentada em sua sede, a Fazenda Laranjeiras.
Entende-se que embora com atraso superior a meio século nunca é tarde para se corrigir um erro ou omissão, rompendo amarras do imobilismo tecnológico, que tanto entrava a caminhada em busca do que é economicamente correto, e socialmente tão justo quanto necessário.
É possível que nesta conversa escrita tenha ocorrido entubais invasões de área do terreno técnico-científico. Procurando-se também apadrinhar nas palavras encorajadoras e um discurso pronunciado aqui em Uberaba, pelo professor Octavio Domingues, em 1969, quando se dirigia aos criadores, iniciando “repito aqui as palavras que proferi faz vinte anos: na zootecnia os práticos é que têm aberto as picadas para os técnicos. E que e o trabalho doa criadores, nas fases de renovação, constitui o melhor laboratório para os zootecnistas”.
Percebe-se que não foram abertas picada ou troqueira, porque sobre elas já se delineava a estrada larga que conduz aos objetivos supremos, iluminada pelos possantes holofotes da visão dos criadores de zebu de todo o Brasil.
Evaristo Soares de Paula, nasceu em 29 de dezembro de 1913 e falaceu em 18 de agosto de 1990. Foi o criador do gado EVA, de Curvelo (MG). Texto escrito em 1988.
MAIS SOBRE EVARISTO DE PAULA
O Dr. Evaristo foi eleito prefeito de Curvelo em 1962 e, no cargo permaneceu até 1966, quando foi conduzido para a Secretaria de Estado da Agricultura e de onde se afastou em janeiro de 1970.
Fundador da Sociedade Rural de Curvelo. Por intermediação sua, durante o Governo Israel Pinheiro, aquela entidade se transformou, por decreto estadual,
Em sua administração, quando Secretário de Estado da Agricultura, foram criadas e instaladas as fazendas e fábricas escolas. Trata-se de um segmento destinado ao aperfeiçoamento de uma mão de obra mais eficiente ao produtor rural.
Foram instaladas várias delas.
Promoveu uma política a conscientizar o adequado aproveitamento das terras de Cerrado, incorporando-as ao processo agroprodutivo do meio rural. Tanto que, nesta trilha, promoveu uma importação de tratores (Fiat Allis) destinados às prefeituras municipais que os financiaram a baixíssimo custo, sob a condição e mediante a exclusiva finalidade de prestarem serviços ao meio rural: estradas vicinais; barragens, destocas, desmatamento, etc.
Em decorrência desta importação coube a empresa estrangeira instalar em local apropriado, no Estado, uma frente de prestação de serviços devidamente aparelhada, inclusive com peças de reposição, destinada a manutenção daqueles tratores, tendo a opção recaído para Betim. Daí, para a criação e instalação da fábrica de automóveis, foi um pulo. Vale lembrar que, quando de sua inauguração, o então Arcebispo da Arquidiciocese de Diamantina, Dom Geraldo de Proença Sigaud, convidado para o evento, assim discursou: “plantamos tratores e colhemos uma fábrica de automóveis”.
O Dr. Evaristo, tendo em mente um trabalho seletivo via consangüinidade e à disposição desse trabalho uma base constituída de reses oriundas das importações havidas nos princípios do século passado, reses essas adquiridas pelo seu pai, a partir daí introduziu no rebanho então existente dois filhos de Ghandy (White e Baianinha) e uma vaca filha de Pheniano (Baiana), adquiridos do Dr. Otávio Ariani Machado; tendo, em ocasião posterior, integrado ao rebanho a Vaca Caboinha “dos Catarino”.
Perseguindo e dando continuidade ao seu plano de trabalho, e, tendo constatado a efetiva colaboração daquela vaca, o Dr. Evaristo foi a Ribeirão Preto (SP) e adquiriu Sírio, pai da Vaca Caboinha e também filho de Ghandy.
Contemporaneamente a tais aquisições, retornou ao Recôncavo Baiano, onde adquiriu mais reses, das quais se originaram troncos familiares, inclusive alguns por acasalamento com o touro Soberano.
Tão certo estava o Dr. Evaristo no seu propósito que, plasmando uma estirpe, o seu trabalho esculpiu um padrão de Gyr diferenciado dos demais. Tornou-se consensual qualificar uma rês gyr, mesmo de outra linhagem, como do padrão EVA.
Cogitações e ou explorações existem da participação de outros reprodutores na constituição do rebanho do Dr. Evaristo de Paula. Todavia, pode-se afirmar que por lá passaram apenas reprodutores oriundos da oficina genética do Cel. Rodolfo Machado Borges; adquiridos, seja do mesmo ou de seus filhos ou da empresa instituída quando do seu falecimento (Organizações Rodolfo Machado Borges).
Sabe-se que Puspano serviu ao rebanho durante uma safra. Ali endereçado por exclusiva e especial gentileza do Sr. Celso Garcia. Todavia nenhuma contribuição legou ao hercúleo trabalho do Dr. Evaristo.
Krisninha, “o meia/meia” como é chamado, “serviu” em treis vacas EVA que geraram dois bezerros e uma bezerra. Um deles, de pelagem clara, filho da Vaca Jacutinga, não sobreviveu a uma desinteria; o outro, filho da Vaca Camapuã, de pelagem chita claro, foi presenteado a familiar quando criador; e a bezerra, ainda novilha, antes mesmo de “criar”, foi vendida ao Sr. Walter de Melo.
Cumpre esclarecer que a contribuição de outras linhagens foi limitada. Não porque – digamos – seriam linhagens inferiores. Muito ao contrário. Ocorre que, desde que haja um plano de trabalho previamente traçado, um objetivo a se atingir, o propósito do selecionador se limita ou se confina à obtenção de determinados atributos perseguidos. Ora, levando-se em conta que o trabalho para plasmar a linhagem EVA tinha como linha mestra a contribuição de White, Baianinha e Caboinha, coadjuvado, com certeza, por algumas outras fêmeas. O concurso de outras linhagens, não obstante necessárias e indispensáveis, se limitaram à proposta de trabalho previamente traçada: plasmar um padrão racial definido e definitivo, destinado a produzir carne e leite em clima tropical.
26 de ago. de 2007
EXPOUNAÍ (MG) 2007 - JULGAMENTO
Jurados:
Fabiano Araújo,
José Jacinto Júnior e
Gilberto Elias Júnior
EXPOSITORES:
Toninho Kalangal – Unaí (MG)
Léo Machado – Alexânia (GO)
Célio Teodoro – Unaí (MG)
Antônio Andrade – Vazante (MG)
Ricardo Alves da Conceição – Planaltina (GO)
Espólio Walter da Costa Vale – Unaí (MG)
José Mário Abdo - Alexânia (GO)
Jader Robson dos Reis –
Márcio José Menezes – Unaí (MG)
Antônio José de Souza – Unaí (MG)
José Eugênio Sena Souto – Unaí (MG)
Matheus Fernandes Gonçalves – Unaí (MG)
Resultado do Julgamento
Abidé da Bom Pastor, Grande Campeão
Expositor: Antônio Andrade – Vazante (MG)
Definição TE F. Mutum, Grande Campeã e mehor úbere jovem
Expositor: Léo Machado – Alexânia (GO)
Campeonato Machos:
Bitelo Kalu, campeão bezerro
Expositor: Célio Teodoro da Silva – Unaí (MG)
Fardo Fiv F. Mutum, campeão Júnior Menor
Expositor: Leo Machado – Alexânia (GO)
Pakko Kubera, campeão Júnior Maior
Expositor: Jader Robson dos Reis
Bilário Kalangal, campeão touro jovem
Expositor: Toninho Kalangal – Unaí (MG)
Japão II, campeão touro adulto
Expositor: espólio Walter da Costa Vale
Kansas, campeão touro sênior
Expositor: espólio Walter da Costa Vale
Campeonato Fêmeas:
Salada Kalu TE, campeã bezerra
Expositor: Célio Teodoro da Silva – Unaí (MG)
Fartura Fiv F. Mutum, Campeã novilha maior
Expositor: Léo Machado – Alexânia (GO)
Columbia Kalangal, campeã novilha maior
Expositor: Toninho Kalangal – Unaí (MG)
Áustria, campeã vaca jovem
Expositor: Célio Teodoro da Silva – Unaí (MG)
Iracema II, campeã vaca adulta
Expositor: espólio Walter da Costa Vale
Palha, campeã vaca sênior
Expositor: Célio Teodoro da Silva – Unaí (MG)
Dengosa TE F. Mutum, campeã progênie de mãe
Filhas: Edéia TE e Edra Fiv
Expositor: Léo Machado – Alexânia (GO)
CA Sansão, campeão progênie de pai
Filhos: Viola Kalu, Salada Kalu TE, Saracura Kalu TE e Mascote Kalu TE
Expositor: Célio Teodoro da Silva – Unaí (MG)