Pensamos que a morte anda distante de cada um de nós. Mas não é verdade. Ela está bem perto. Nós é que não a queremos por perto. Ainda bem. Mas sempre nos abalamos com a notícia de morte de um conhecido. Sempre foi assim. E foi assim com o telefonema do Thiago Bianchi Silveira, da Agropecuária Xapetuba, para me contar do falecimento de Luiz Ronaldo de Paula. Na hora já perguntei afirmando: “foi de acidente de carro?”.
Estive com ele no leilão da Mutum. E sempre que participava de um leilão o cumprimentava antes de começar desejando boa sorte. Assim foi na Mutum. No último leilão da Fazenda Fundão ele me procurou e disse: “quando for a Uberaba me avisa, quero conversar umas coisas com você”. Depois disso não estive em Uberaba e ao reencontra-lo em Uberlândia, em setembro, ele sorriu e disse: “e nosso encontro?”.
Agora ele se foi e não conversamos. Jamais saberei o que ele insistentemente queria conversar comigo. Como poderia imaginar que morreria tão breve, de forma tão trágica.
Acredito que eu seja a pessoa que mais tenha fotos de Luiz Ronaldo trabalhando, desde o começo. Tenho centenas de fotos de Luiz Ronaldo. Em todos os leilões que estivemos trabalhando eu o documentava em ação.
Por isso, agora fui rever meu extenso arquivo para encontrar uma foto para publicar sobre a sua morte e acho que essa foto do afetuoso abraço ao Robertinho Fiúza, da Fazenda Fundão, durante o último leilão de José Ricardo Fiúza Horta, em Belo Horizonte, é a melhor para esse momento.
Vou publicar outras mais. Mas essa demonstra bem esse momento de dor, de perda, de tristeza dos girista do Brasil inteiro. Que podemos querer nesse momento senão um abraço dos nossos amigos, dos nossos parentes, dos nossos queridos? Somente um abraço para representar a vida. Nada mais é mais importante do que um abraço neste momento. Não há riqueza maior que um abraço. Fico feliz em ser a pessoa que registrou esse momento que jamais sairá da memória de todos nós.
Tenho certeza que agora o quê muitos queriam era simplesmente dar um abraço em Luiz Ronaldo e dizer “que bom que você está aqui entre nós”.
Não nos interessa mais as vacas e touros caros vendidos a peso de dólar, de altas cifras, para clientes milionários. Nada disso tem importância. O importante para o gir que prosperou com Luiz Ronaldo era sua presença, seu conhecimento, sua capacidade. Agora sem ele eu vou me lembrar dos abraços, dos momentos de alegria que ele proporcionou, como aquele leilão do Rodrigo Borges, em Paracatu (MG), que a televisão saiu do ar e aí não aconteceu o leilão e fomos “obrigados” a passar parte da noite bebendo e rindo da vida. Agora percebo que foi tão bom, ou melhor, do que se tivesse acontecido o leilão.
(Rosimar Silva - 22/10/2015)
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